terça-feira, 6 de março de 2012

O cônsul desobediente


Quando a França foi invadida pela Alemanhã nazi, em maio de 1940, o cônsul portugês em Bordéus, Aristides de Sousa Mendes, viu-se perante um doloroso dilema. Deveria cumprir as ordens de Salazar, negando vistos para Portugal aos refugiados que os solicitavam? Ou deveria seguir os imperativos da sua consciência, desobedecendo ao ditador e passando os vistos que significavam a diferença entre a vida e a morte para milhares de pessoas, sobretudo judeus?

O cônsul seguiu a sua consciência: em junho de 1940, em Bordéus, e, posteriormente, na cidade fronteiriça de Bayonne, passou milhares de vistos. Salazar nunca lho perdoou: a tragédia para si e para a sua família foi o preço que Sousa Mendes pagou pelo seu corajoso ato.

Quantas vidas Salvou Sousa Mendes? Nunca o saberemos com precisão: decerto milhares, possivelmente trinta mil. Como disse um historiador, as ações de Sousa Mendes representaram talvez «a maior ação de salvamento por um único indivíduo durante o Holocausto».

Esta biografia visa contribuir para um melhor conhecimento da personalidade e da vida de Aristides de Sousa Mendes, herói da humanidade que é motivo de orgulho para os portugueses.

Ibidem.


Em julho de 1885 nascem César e Aristides, dois gémeos de temperamentos diametralmente opostos. Aristides era tão extravagante quanto o seu irmão discreto era cumpridor. Entusiasta, generoso e aventureiro seguiu a carreira diplomática, e encontrava-se em Bordéus num tempo em que o nazismo lançara já a sua sombra sobre a Europa e o Mundo, enquanto Salazar jogava habilmente com a neutralidade. Multidões esperavam junto ao consulado para escapar ao Holocausto. Emanavam ordens do governo português para limitar a concessão de vistos, tanto mais que as tropas alemãs se aproximavam, mas Aristides assinava, dia e noite, correndo contra o tempo, obedecendo a imperativos mais altos.

Ibidem.


Os livros estão disponíveis na biblioteca.

Sem comentários:

Enviar um comentário