quinta-feira, 30 de abril de 2015

Arte urbana


    Avenida da Índia



Cruzou-se hoje com alguma peça de grafitti? Qual foi a última obra de street art em que reparou? Agradou-lhe o seu impacto na rua?

Nas fachadas, nos muros, nos painéis, nos vidrões de Lisboa, há todo um mundo artístico por descobrir.
A cidade tem vindo a afirmar-se no panorama europeu como uma das capitais que promove e sensibiliza para as manifestações ligadas ao universo da arte urbana, reunindo trabalhos de notáveis artistas nacionais e internacionais, de dimensões mínimas e de vasta escala, criadas por diversas gerações de autores, com técnicas e discursos totalmente distintos.

Esta edição apresenta um pouco do muito que foi realizado neste universo plástico, entre 2012 e 2013, ou, sendo produções anteriores, do que ainda hoje se encontra patente, proporcionando aos seus leitores a possibilidade de traçarem percursos por algumas das mais emblemáticas criações de Lisboa. É urgente visitá-las, não apenas pela sua irrelevante, inesperada e insólita beleza, mas particularmente por esta ser uma expressão efémera, podendo desvanecer-se a qualquer instante.

Desfrutem - tal como a poesia, a arte urbana está nas ruas e também nas páginas deste livro...

in, Introdução.

A edição bilíngue  (português/inglês)  do livro Street Art Lisbon  inclui um mapa desdobrável com sugestões de itinerários.

Cota: 75.05 CML


quinta-feira, 23 de abril de 2015

Blimunda (2)



A Fundação José Saramago assinala o Dia Mundial do Livro  com a comemoração de três anos de publicação da revista digital Blimunda.

O nº 35 da revista presta homenagem a Herberto Helder, Eduardo Galeano, Manoel de Oliveira e Günter Grass e está disponível AQUI .


Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor




sexta-feira, 17 de abril de 2015

Guilherme Valente


  

A ciência entrou na casa da maioria dos nossos professores através dos livros da Gradiva, designadamente da sua coleção Ciência Aberta. Quando a divulgação científica em Portugal era praticamente inexistente, os livros desta editora deram-nos a conhecer os principais autores, portugueses e estrangeiros que lideravam o pensamento científico e filosófico contemporâneo e, desde então, o nosso mundo não foi mais o mesmo.

Na Escola Secundária Leal da Câmara os professores desenvolvem o currículo dos diferentes cursos científico-humanísticos mediante a leitura de livros da Gradiva com base nos quais solicitam aos alunos os trabalhos mais variados: textos, maquetas, filmes, programas de rádio… Esta prática tem permitido não só aprofundar os conteúdos como também suscitar a curiosidade, o rigor e o fascínio com que estes conteúdos são discutidos nas aulas. Na nossa escola os livros da Gradiva são os mais lidos logo a seguir aos de literatura.
Por estes motivos a palestra que o Dr. Guilherme Valente veio proferir à Escola no dia 19 de março de 2015, às 15 horas, subordinada ao tema Leitura, Ciência, Liberdade e Desenvolvimento e, por ocasião da exposição Viagem ao Infinitamente Pequeno, organizada pelo Grupo de Biologia e Geologia, foi um momento muito especial há muito aguardado.
E o impacto provocado correspondeu exatamente às expetativas criadas. Evocando a sua vastíssima experiência de vida e referências culturais e literárias o Dr. Guilherme Valente discutiu o tema a que se propôs referindo viagens, grandes livros, filmes, peças de teatro… numa deriva intelectual verdadeiramente brilhante que cativou e tocou profundamente os alunos e professores que encheram o auditório. No final, maravilhados, alguns de nós comoveram-se e houve mesmo uma aluna que se lhe dirigiu dizendo algo como isto: “Até hoje eu não sabia se a minha opção por ciências era a correta, depois da sua palestra tive a certeza que sim que esta é a área que eu quero seguir. Obrigada!”

No final da sessão houve ainda tempo para uma visita guiada à exposição, uma chávena de chá e um bolo e mais algumas palavras, sempre na companhia de alunos que não largavam o Dr. Guilherme Valente, não obstante o toque de entrada para as aulas já ter soado há muito. Um episódio divertido: a lembrança que escolhemos oferecer ao Dr. Guilherme Valente foi o livro Logicomix que conjugava na perfeição duas das suas grandes paixões, a ciência e a banda desenhada e que não nos ocorreu ser... da Gradiva. Enfim, um ato falhado que revela o dado empírico que faltava para comprovar cientificamente que a nossa relação com a Gradiva é apaixonada e, mesmo, obsessiva.

Uma última palavra de agradecimento pela generosa oferta de livros para a biblioteca da Escola e pelo empenho e profissionalismo da Dra. Sara Lutas para que esta sessão ocorresse.

Ao Dr. Guilherme Valente, o nosso muito querido Amigo, como amavelmente nos permite tratá-lo, deixamos a nossa infinita gratidão.



O responsável do grupo disciplinar de Biologia e Geologia, professor Fernando Bação.
O professor de Biologia e Geologia e presidente do Conselho Geral, João Manique
A professora bibliotecária, Liliana Silva

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Os alunos gostaram muito e para alguns, não poucos, foi um ponto de viragem na sua relação com os livros e com o conhecimento. Dificilmente se poderia fazer uma melhor homenagem ao livro, à leitura e às bibliotecas. 
Para mim, dada a minha relação antiga e especial com o universo Gradiva e em particular o universo de Carl Sagan, foi um momento inesquecível.

professor João Manique


sábado, 11 de abril de 2015

NG - edição especial



(...) Isaac Newton está longe de ser unicamente o herói puro da ciência que os séculos XVIII, XIX e a primeira metade do século XX nos legaram. Foi o intenso esforço historiográfico desenvolvido durante as décadas após a Segunda Guerra Mundial - sem paralelo com o dedicado a qualquer outro cientista e baseado no estudo exaustivo dos manuscritos newtonianos - que mostrou a verdadeira dimensão científica e humana de Newton. A perspetiva que temos hoje do génio é muito mais completa. (...) O leitor descobrirá sem dúvida o matemático, o físico (em suma, o cientista), mas também o místico, o alquimista ou o ariano calado mas obstinado. Verá crescer a criança abandonada pela mãe até se converter, primeiro, no cientista célebre que a posteridade proclamou e, por fim,  no fiel servidor da Coroa a partir da sua posição no Tesouro inglês e no presidente férreo da Royal Society de Londres. Descobrirá o jovem esperançado que criou o cálculo infinitesimal com apenas 20 anos, o quase monge enclausurado em Cambridge, fazendo experiências com prismas ou trabalhando até à exaustão na elaboração dos Principia, o semifeiticeiro que aquecia poções em retortas e matrazes em busca de achados alquímicos fabulosos, o teólogo e historiador da Bíblia, conhecedor como poucos da patrística cristã dos primeiros séculos, e a personagem esquiva e arisca incapaz de reconhecer qualquer influência científica e que protagonizou várias das disputas mais encarniçadas da história em busca da primazia em algumas descobertas científicas.
Em suma, um ser humano cheio de matizes, contraditório, genial e fascinante como poucos.

Antonio J. Durán Gaudeño, Newton, A Lei da Gravidade, a força mais atractiva do universo, pág. 17.



A edição especial da National Geographic - abril de 2015 - está disponível na BE.
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