sexta-feira, 31 de maio de 2013

Prémio Camões 2013



O escritor moçambicano Mia Couto é o vencedor da 25º edição do Prémio Camões. Leia mais: Aqui.




Identidade

Preciso ser um outro
para ser eu mesmo

Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta

Sou pólen sem insecto

Sou areia sustentando
o sexo das árvores

Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro

No mundo que combato
morro
no mundo que luto
nasço

setembro de 1977

Raiz de Orvalho e outros poemas, Ibidem,  pág.13


Outras obras de Mia Couto disponíveis na biblioteca:

- A Confissão da Leoa, (romance)
- Cada Homem é uma Raça, (estórias)
- Cronicando, (crónicas)
- O Outro Pé da Sereia, (romance)
- A Varanda do Frangipani, (romance)
- Jerusalém, (romance)
- Venenos de Deus e Remédios do Diabo, (romance)
- Estórias Abensonhadas, (contos)
- O Último Voo do Flamingo, (romance)

Cotas: 821.1.134.3 (COU)


Alexandra Pelúcia



Sebastião José Tibau, nascido em Santo António do Tojal, embarcado para a Índia na qualidade de soldado em 1605, desertou do serviço da Coroa tornando-se líder de uma república pirata. Sob o seu comando mais de 3 mil homens, uma imponente armada e numerosas peças de artilharia espalharam a violência e o terror nos mares de Bengala.

A historiadora Alexandre Pelúcia, baseada numa investigação histórica cuidada, conta-nos a história de Tibau e de outros corsários e piratas portugueses temidos por todos nos mares da Ásia.

Navios com velas desfraldadas sulcando as ondas do mar prontos para o combate, abordagens e assaltos violentos, vidas e ações entrecortadas por combates de artilharia e duelos de esgrima travados corpo a corpo, tudo em prol da disputa das fantásticas riquezas que circulavam por aquelas paragens.

É este o cenário de Corsários e Piratas Portugueses que nos traz a história de homens como Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Afonso de Albuquerque e de outras figuras, descobridores de novas terras, conquistadores de praças em nome da Coroa, cuja atividade corsária,  ao serviço de El-Rei, é praticamente desconhecida.


O livro está disponível na biblioteca
Cota: 94(469) PEL



Da experiência e do mito











A viagem do herói

Para o marinheiro o espaço e o tempo não é homogéneo e contínuo, mas, antes, apresenta quebras, ruturas.
Por um lado, o marinheiro vive no porto de terra no qual estabelece as suas relações familiares estáveis e duradouras. Parte integrante da civilização, o marinheiro toma a mulher do porto de terra como um ser confiável e digno de proteger os seus filhos.

Por outro lado, o marinheiro vive no porto de escala, lugar profano e impuro, habitado por demónios suscetíveis de o fazer romper com os seus compromissos em terra. Quando habita este lugar o marinheiro olha a mulher como suscetível de aventura e digna de ser sua amante.
Finalmente e, uma vez em mar alto, sob o signo da viagem, o marinheiro luta feroz e incansavelmente com os elementos da natureza que, a todo o instante, põem à prova a sua força, prudência e temperança. Esta luta, da qual depende a sua sobrevivência e a dos outros elementos do navio, faz dele um herói ou uma besta.
Estas regiões, qualitativamente diferentes, separam-se por escotilhas que, uma vez atravessadas, deixam ao marinheiro sempre a nostalgia da viagem na qual ele, aos olhos dos companheiros e de si próprio, ascendeu à condição de imortal.

Foi do mito e da experiência de um navio de guerra que o Sr. Comandante Alcindo Ferreira da Silva veio à Escola falar, no passado dia 23 de maio, num auditório repleto de alunos e de professores. Foram as obras de Júlio Verne e de Luís Vaz de Camões que o fizeram apaixonar-se pela marinha. Já reformado e dedicado a outros projetos, como o do seu doutoramento em História, deixou-nos o sentimento de, verdadeiramente, nunca ter abandonado o navio que dirigiu.

professora Liliana Silva


Artes & Multimédia





Mais um ano está prestes a terminar.

Para todos foi o ultrapassar de uma etapa tantas vezes penosa, tantas vezes compensadora. Para os mais novos, foi o tomar de consciência de que nem sempre o sonho cola com a realidade…é afinal preciso muito mais esforço, dói mesmo por vezes. Para os mais velhos  é o terminar de um ciclo, o vislumbrar de uma nova fase da vida esperando que a passagem por esta escola os tenha preparado para algo maior. Para os professores, espelha-se no trabalho obtido a sensação do dever cumprido restando esperar pelos que hão de  vir.

Os desenhos também podem ser vistos aqui

professora Arminda Bernardino



sexta-feira, 24 de maio de 2013

Granta Portugal



Já editada no Brasil, Espanha, Noruega, Suécia e Bulgária a  versão  portuguesa  da  revista literária inglesa GRANTA encontra-se, desde hoje,  à venda nas livrarias.


Chancelada pela editora Tinta-da-China, a edição portuguesa é dirigida pelo jornalista Carlos Vaz Marques e terá  periodicidade semestral.

EU é o mote inicial.

«Dizemos eu a todo o momento, mesmo quando julgamos estar a anunciar verdades universais. A primeira pessoa do singular é o ponto de partida literário por excelência. Dele emerge, nos melhores casos, um olhar capaz de nos restituir o mundo a partir de um ponto de vista inaugural, permitindo-nos questionar e reavaliar não apenas o que nos rodeia e o que vemos, mas acima de tudo aquilo que somos.

É desse pressuposto que nasce a Granta e foi por isso óbvio, desde o início, que o tema deste primeiro número seria o mais elementar dos pronomes pessoais, aquele a partir do qual tudo de constrói.

Pediu-se aos autores portugueses que compõem este número inicial que interpretassem tão livremente quanto possível o mote que lhes foi proposto. [...]

A vocação da Granta cumpre-se  acima de tudo nos textos inéditos que nasceram para lhe dar corpo. Não será o caso dos sonetos de Fernando Pessoa que aqui revelamos, quase oitenta anos depois da morte do poeta: uma edição a acentuar o carácter de coleccionador que este primeiro número por certo alcançará. Acima de tudo, no entanto, orgulhamo-nos dos textos que sem esta revista nunca teriam existido».

Carlos Vaz Marques, in Editorial   

Além dos cinco sonetos inéditos de Fernando Pessoa, o primeiro número da revista Granta inclui  textos de Saul Bellow, Orhan Pamuk, Dulce Maria Cardoso, Hélia Correia, Afonso Cruz, Rachel Cusk, Ricardo Felner, Valter Hugo Mãe, Rui Cardoso Martins, Simon Gray e Ryszarh Kapuscinski, ilustrações de Vera Tavares e um ensaio fotográfico de Daniel Blaufuks.



O nº 1 da revista Granta está disponível na biblioteca.



quinta-feira, 23 de maio de 2013

Feira do livro (2)



Começa hoje a 83º Edição da Feira do Livro de Lisboa.

Este ano a listagem dos "Livros do Dia"   previstos para os 19 dias de duração do evento poderá ser consultada antecipadamente:  Aqui.


sexta-feira, 17 de maio de 2013

Newton Gostava de Ler (4)





No dia 9 de Abril de 2013, tive a oportunidade de participar numa atividade designada “Newton Gostava De Ler”. Esta tarefa foi realizada na escola básica Padre Alberto Neto, situada em Rio de Mouro.

Para começar, devo admitir que adorei o propósito deste projeto. O seu programa tem como finalidade conjugar dois elementos de aparente contraste e que se julgavam quase impossíveis de enquadrar um no outro, neste caso, a leitura e a ciência. Quando me deram a conhecer tal atividade, esta despertou a minha total atenção, pois eu nunca havia ouvido falar na interligação destes dois tipos de conhecimento. Assim, alinhei e dirigi-me para a escola acompanhada da professora bibliotecária, a professora Liliana Silva.

Durante a sessão de leitura, a turma do 9º ano à qual recitei os dois excertos do livro As mais belas coisas do mundo, de Valter Hugo Mãe, revelou-se bastante calma e atenta, o que possibilitou que os meus nervos se desvanecessem naquele silêncio inquietante. Esta experiência, enquanto leitora, permitiu-me perceber que tenho capacidade de captar a atenção de um público desconhecido, o que foi muito gratificante para mim, visto que sou inexperiente nesta “matéria”.
Depois, tive a possibilidade de assistir a inúmeras experiências que me relembraram os tempos do básico que vivenciei e que mais marcaram a minha vida.

Gostei imenso de ter tido a possibilidade de fazer parte de um projeto tão interessante, motivador e de carácter inovador, para não falar do livro delicioso e emotivo que foi escolhido para a execução das várias tarefas. Fez-me aprender a ver a leitura de uma forma mais ampla e aperceber que esta também pode ser a junção de outras ciências, levando-nos a ver para além dos limites do que fisicamente observável.

Como conclusão, devo afirmar que este projeto nasceu de uma ideia maravilhosa, com o objetivo de incentivar os alunos a apreciar melhor tanto a arte da escrita e leitura, como a das ciências. É acessível a todos, pois as experiências executadas são muito simples e até podem ser feitas em casa. Quanto aos livros escolhidos pelos criadores do projeto em si, são livros de uma fácil acessibilidade também, o que faz com que a leitura se torne mais agradável para o leitor.


Ana Teresa Bernardino Pousadas, 10º H1



Este post também está publicado aqui


Valter Hugo Mãe (*)



Esta é a história de Crisóstomo que, chegando aos quarenta anos, lida coma tristeza de não ter tido um filho. Do sonho de encontrar uma criança que o prolongue e de outros inesperados encontros, nasce uma família inventada, mas tão pura e fundamental como qualquer outra.

As histórias do Crisóstomo e do Camilo, da Isaura do António e da Matilde mostram que para se ser feliz é preciso aceitar ser o que se pode, nunca deixando contudo de acreditar que é possível estar e ser sempre melhor. As suas vidas ilustram igualmente que o amor, sendo uma pacificação com  a nossa natureza, tem o poder de a transformar.

Tocando em temas tão basilares à vida humana como o amor, a paternidade e a família, O filho de mil homens exibe, como sempre, a apurada sensibilidade e o esplendor criativo de Valter Hugo Mãe.

Ibidem.


O livro de Valter Hugo Mãe inspirou o trabalho da artista plástica Maria Rita Pires, patente na galeria Trema até ao dia 8 de Junho. 

Escreveu  o autor sobre o trabalho da artista: 

« O modo como o papel floriu, como se fez pássaro e borboleta, a roupa interior que seca na árvore, tudo me maravilha. Como se o mundo do livro se traduzisse num atrito ínfimo da luz, uma presença quase ausente, igual às visões de sonho. O trabalho da Maria Rita Pires deslumbra-me. Põe-me a ver milagrinhos de papel. Aquilo que os escritores tanto buscam nas palavras e que ela encontrou tão ao pé delas.»  Aqui.





O livro está disponível na biblioteca.
Cota: 821.1343 - MAE

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(*) Autor vencedor do Prémio José Saramago (5º edição, 2007).


Cineconvida (4)



Foi no passado dia 4 de maio que o Clube de Cinema organizou mais um encontro cinéfilo, desta vez na cidade ribeirinha de Lisboa, para assistir ao filme Não (2012) de Pablo Larraín (Santiago, 19 de agosto de 1976), jovem realizador chileno cuja obra não deixa de surpreender e de ganhar prémios em festivais internacionais, de reconhecido mérito.

Nomeado pela Academia dos Óscares na categoria de melhor filme estrangeiro, Não é um filme muito diferente dos outros a que os holofotes publicitários teimam em nos habituar.

Difícil de classificar, entre o histórico e o documentário de ficção, Não atira-nos para um espaço e um tempo (Santiago do Chile,1988) que não é o nosso mas onde cresce o desejo que nos torna humanos, o desejo de afirmação da nossa autonomia, liberdade e responsabilidade, particularmente no que se refere ao direito a expressarmos o nosso pensamento, as nossas opiniões e escolhermos democraticamente aqueles que nos governam.

Pressionado pela comunidade internacional, o ditador Augusto Pinochet aceita realizar um plebiscito nacional que decida sobre a sua continuidade ou não no poder. Acreditando tratar-se de uma oportunidade única de pôr fim à ditadura, os líderes da oposição resolvem contratar René Saavedra (Gael García Bernal), criativo publicitário em ascensão, para coordenar a campanha do Não. Com poucos recursos e sob a constante observação dos agentes do governo, René Saavedra consegue, recorrendo a estratégias pouco consensuais, criar uma campanha consistente, alegre, positiva, na qual a palavra de ordem é um Não, cantado como um hino de esperança, que acabará por  sair vencedor, levando à queda do regime de Pinochet.

Um acontecimento com um final feliz que deu ao povo chileno uma nova esperança. Nem sempre acontece assim, pelo que este filme nos convida à reflexão partilhada, alertando-nos para a necessidade de estarmos vigilantes, ativos e, sobretudo, de nunca deixarmos de exercer o nosso olhar crítico, fundamentado num pensamento livre, autónomo e responsável.

professora Manuela Martins


Quero Saber (3)



Por que é que valorizamos tanto a ciência? Talvez porque, além de nos permitir conhecer, e até certo ponto controlar, o mundo em que vivemos, a curiosidade humana não tem fim. Existe sempre algo de novo e notável a descobrir sobre nós próprios, os mistérios do planeta que habitamos e o Universo.

É por isso que nos limitamos a trazer-lhe nesta edição meia centena de factos científicos incríveis, mas também lhe explicamos os princípios singulares que os regem, ajudando-o a perceber porque cada realidade funciona como funciona.

Sabia que 84% do volume da Terra é rocha derretida? Ou que os bebés têm cerca de mais de cem ossos que os adultos? Ou que há metais tão reativos que explodem com contacto com a água? Ou ainda que os nosso vasos sanguíneos dariam a volta ao mundo duas vezes e meia?

Poderá descobrir também o maior animal de sempre, porque é que o Universo se expande em todas as suas direções, quais as causas de o bambu ser a planta que cresce mais depressa, como é possível uma pulga acelerar mais que um vaivém espacial ou o que é que justifica que os ursos polares sejam quase indetetáveis por câmaras de infravermelhos.

Se fizer as contas, verificará que ainda tem muitos mais fenómenos espantosos para desvendar, (...), desde as origens do cosmos até ao funcionamento das células do nosso corpo.

in, Editorial.
Ibidem.


O nº 32 [maio de 2013] da Quero Saber está disponível na biblioteca.



sexta-feira, 10 de maio de 2013

Joana Vasconcelos


Anatomia de um fenómeno

Uma coisa parece incontestável: Joana Vasconcelos é de "outro campeonato". Para o bem e para o mal. Muitos consideram que atingiu um plano em que terá no país poucos no mesmo patamar. Outros simplesmente acham que o que faz está fora do jogo da arte. Não é naturalmente o caso de Miguel Amado, comissário da representação portuguesa na Bienal de Veneza 2013 e da presente exposição da artista no Palácio da Ajuda: «É engenhoso fazer um lustre com tampões higiénicos ou uma sandália com tachos e panelas. E isso remete para um certo jogo com a própria noção de artista, que torna aquele que transforma as coisas a que não atribuímos valor em obras valorizadas, num verdadeiro toque de Midas. [...] As peças de Joana Vasconcelos, além da forma, têm um conteúdo, um significado que as pessoas são capazes de discernir . Dessa identificação, resulta que são capazes de se questionar em termos individuais e do seu lugar no mundo.[...]»
Depois do flamejante helicóptero, forrado de penas de avestruz e cravejado de brilhantes, um cacilheiro para Veneza: não deixa de surpreender em grande. Não se trata de pura megalomania ou bizarra extravagância.  E se o big is beautiful poderá ser uma estratégia eficaz de ampliação e disrupção dos objetos quotidianos, a sua arte não é apenas de escala, nem o seu impacto cai nas convencionais medidas.

«Há comunicação a mais no nosso tempo e ser comunicante não quer dizer comunicativo», diz Paulo Cunha da Silva (*). A obra de arte é comunicante,  não tem que ser comunicativa, estar sempre a explicar, a pôr legendas ou a fazer piscadelas de olho. A obra de Joana Vasconcelos que  é sempre inteligente e sedutora, porque ela também o é, e muito divertida, está a dançar perigosamente com aquilo que mais adiante a pode dissolver, em vez de reforçar aquilo que lhe permitirá ficar como obra.
Um verdadeiro "fenómeno" que comporta os seus riscos.

Maria Leonor Nunes, in Jornal de Letras e Ideias, pag. 22, Ibidem.

O jornal revela a instalação que estará na Bienal de Veneza - num cacilheiro, Pavilhão de Portugal. Entrevista, a propósito, com a artista que fala também do seu percurso e de toda a obra, quando a sua mostra na Ajuda bate recordes de público.
O "fenómeno"  Joana Vasconcelos analisado  pelos especialista (págs. 18 a 24).



O nº 1111 do JL [1 a 14 maio de 2013] está disponível na biblioteca.



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(*) Ensaísta e curador da exposição de JV no Palácio da Ajuda.



Deana Barroqueiro (2)






Objetos com história…
A prestigiada autora de romances históricos, Deana Barroqueiro, deslocou-se à Escola Secundária Leal da Câmara, no dia 30 de abril, para falar dos seus objetos com história.
No âmbito da comemoração do Dia Mundial do Livro e dos Direitos do Autor, a propósito do seu romance histórico O Corsário dos 7 Mares, aquela escritora partilhou com alunos e professores as histórias de alguns objetos, que testemunham as suas viagens pelos locais exóticos onde, outrora, nos séculos XV e XVI, os marinheiros portugueses deixaram marcas da sua presença.
Habituada nos seus romances a desafiar o leitor e a recriar uma envolvência histórica que lhe proporcione “um conhecimento da época e do espaço retratados, da geografia, dos ambientes, das gentes e costumes" [1], não foi difícil para a escritora, dotada de uma imensa facilidade de expressão, cativar a audiência com a sua energia, espontaneidade e entusiasmo contagiantes.
Neste evento, destinado à celebração da leitura, a presença da autora Deana Barrroqueiro não deixou decerto ninguém indiferente às suas histórias, caracterizadas pelo realismo, visualismo e pitoresco e construídas em torno de objetos significativos, revestidos de uma manifesta carga afetiva.
Certamente que os textos solicitados aos participantes desta conversa não deixarão de refletir o interesse que as várias histórias lhes despertaram. Aguardemos, pois!
professora Teresa Lucas
 
O encontro com a escritora terminou com a entrega dos prémios do concurso de escrita, Conta um Conto, aos alunos vencedores:
Primeiro prémio
- Rodrigo Garcia, 12º C1
Menções Honrosas
- Marta Marques, 12º A1
- Henrique Matos, 11º H1
- Ana germano, 12º A1
- Catarina Santos, Inês Margato e professora Lucília Oliveira, 12º H3

 
[1] in Entrevista pelo jornalista Hélder Fernando, para o jornal Hoje Macau, no âmbito do festival literário da Lusofonia, A Rota das Letras

World Press Cartoon

 Sherif  Ahmed Arafa, Discussão, para o jornal Alitthad, Egito,  2012  
Categoria: Gag Cartoon, nº 275



O World Press Cartoon Sintra 2013 é a mais prestigiada exposição internacional de desenho de humor na Imprensa. Cartoons e caricaturas de autores de todos os continentes proporcionam uma retrospetiva sorridente do que foi a marcha da humanidade ao longo de um ano, vista pelo olhar mordaz dos cartoonistas.

Organizada em três categorias - Caricatura, Editorial e Desenho de Humor -  a mostra conta 343 ilustrações  publicadas na imprensa de todo o mundo.

A exposição está patente no antigo Casino de Sintra - ex-Museu de Arte Moderna - até ao dia 30 de Junho.
A entrada é livre.


Fonte: Sapo

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Dia da Europa (3)





Celebra-se hoje o Dia da Europa.

Testa os teus conhecimentos, jogando este  Quiz.
Desenvolve os conteúdos, aqui.

Vamos aprender a Europa!


professora Ana Silva


sexta-feira, 3 de maio de 2013

na LER



O olhar de Clarice

Antes de a vermos, é ela que nos vê. Ao fundo da sala, o olho de Clarice emerge na escuridão. Só o olho em grande plano, a curva da pálpebra, a ténue sobrancelha, as finas pestanas, um ponto de luz na pupila. Quando nos aproximamos percebemos que imagem é transparente. Por trás, uma frase: «Ver é pura loucura do corpo». Não há melhor resumo do que foi a vida e a escrita de Clarice Lispector. [...]

A primeira sala é panorâmica. Eis Clarice nas várias idades, o rosto transformando-se, ganhando sombras e uma espécie de alheamento  como  se tudo o que importa estivesse na escrita  e a escrita nunca chegasse para refletir o prodígio do mundo. Não há aqui explicações, enquadramentos  biográficos, cronologias. Só palavras nas paredes: «O nome da coisa é um intervalo para a coisa». Qualquer explicação de Clarice seria um intervalo entre nós e Clarice. Mais vale por isso a nudez das palavras em bruto, isoladas, arrancadas dos livros, sem contexto, aproximando-nos de uma perplexidade essencial: « Escrevo pela incapacidade de entender  sem ser através do processo de escrever». [...] Clarice sempre soube que escrever é uma maldição, mas «uma maldição que salva».
As palavras da escritora saem dos livros e colam-se à pele de quem as lê. É essa a sua força tirânica. [...]

Chagamos à sala do arquivo, gavetas de alto a baixo, mais de mil, embora só 35, com chave, se abram à nossa curiosidade. Lá dentro: documentos, rascunhos, edições estrangeiras das suas obras. A sala é uma cápsula de memórias. Vale a pena puxar uma das cadeiras e ficar ali, lendo tudo o que há para ler. [...]

À saída, Clarice permanece um mistério. A exposição sabe a pouco. E ainda bem.
O resto temos de procurar nos seus livros e é para os livros, sempre para os livros, que somos empurrados.

José Mário Silva, Cartão de Leitor, in revista LER. pag. 18



O nº 124 da revista LER, maio de 2013, está disponível na biblioteca

Clarice Lispector


                                       Cota: 82-3 LIS



Cota:   821.134.3 LIS


«Ler Clarice Lispector é encontramo-nos com ela. Desnudar a sua palavra, compartilhar uma sensualidade quase física, entrar no corpo de uma obra que vibra e cintila (...)» 

Miguel Cossio Woodward

Brasileira de origem ucraniana, Clarice Lispector deixou um rasto singular na literatura de língua portuguesa.
«Amo esta língua. Não é uma língua fácil. É um verdadeiro desafio para quem escreve querendo roubar às coisas e pessoas a sua primeira camada superficial. É uma língua que por vezes reage contra um pensamento mais complexo. Por vezes o imprevisto de uma frase causa-lhe medo. Mas eu gostava de manejá-la - tal como outrora gostava de montar um cavalo para o levar pelas rédeas, umas vezes lentamente, outras a galope. », dizia.

No ano em que passam 35 anos sobre a morte de Clarice Lispector, a Fundação Calouste Gulbenkian apresenta a exposição A Hora da Estrela com textos, facsimilies, fotografias e documentos pessoais de uma das mais destacadas vozes da literatura brasileira.






Os livros estão disponíveis na biblioteca