sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Milan Kundera



Autor de A Insustentável Leveza do Ser, Milan Kundera volta ao romance depois de treze anos.

Lançar luz sobre os problemas mais sérios e, ao mesmo tempo, não proferir uma única frase séria, estar fascinado pela realidade do mundo contemporâneo e, ao mesmo tempo, evitar qualquer realismo, eis A Festa da Insignificância.

Os que conhecem os livros anteriores de Kundera sabem que a intenção de incorporar uma parte de «não-sério» num romance não é de todo inesperada. Em A Imortalidade, Goethe e Hemingway passeiam juntos por vários capítulos, conversando e divertindo-se. E, em A Lentidão, Vera, a esposa do autor, diz a seu marido: «Sempre me disseste que um dia querias escrever um romance em que nenhuma palavra fosse a sério... Só quero avisar-te: cuidado, os teus inimigos esperam-te.» No entanto, em vez de prestar atenção, Kundera realiza finalmente na plenitude o seu velho sonho estético neste romance, que pode ser visto como um resumo surpreendente de toda a sua obra.

Resumo peculiar. Epílogo peculiar. Riso peculiar inspirado na nossa época, que é cómica porque perdeu todo o sentido de humor.
O que mais se pode dizer?
Nada. Leia!


O livro está disponível na biblioteca.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Parabéns EB2







EB nº2 de Rio de Mouro - 50 anos de História

Foi a 7 de outubro de 1964 que a Escola Básica n.º 2 de Rio de Mouro abriu as suas portas!

A ideia de construção desta escola inscreve-se num plano de alfabetização e educação em massa levado a cabo por parte do então Chefe de Estado, Oliveira Salazar. Este plano teve início em 1940 e designa-se por Plano dos Centenários porque, nesse ano, se comemoravam dois centenários: o da fundação da nacionalidade (1140) e o da Restauração (1640).
Trata-se de um plano geral da rede escolar para o ensino primário elementar – atual 1.º ciclo do ensino básico – que visava a construção e apetrechamento de escolas do ensino primário e era da responsabilidade do Ministério da Educação Nacional/Direção Geral do Ensino Primário e da recém-criada Delegação para as Obras de Construção de Escolas Primárias.

Ao contrário dos edifícios escolares construídos na I República (1910-1926) que incluíam ginásio e balneários, biblioteca, gabinete para o professor, sala de trabalhos manuais/lavores, cantina, cozinha e habitação para o professor, as escolas dos centenários eram simples, minimalistas e económicas.
Edifícios de planta simétrica que asseguram a total separação entre os sexos, tinham até 4 salas de aula/género, 3 casas de banho (rapazes, raparigas e professor), hall, alpendre coberto, grande recreio ao ar livre e portão de acesso. O arranjo do espaço exterior e a limpeza das salas dependia da boa vontade dos professores e do contributo da Junta de Freguesia cujo lugar era então exercido pela professora Alice Monteiro. A sala de aula era o lugar central de desenvolvimento do currículo. Na parte da frente da escola era colocada uma placa com o ano em que a escola foi construída, o Ministério que a construiu e a direção à qual a escola pertence.

Porque representam uma conceção de ensino específica e uma referência da memória coletiva, estes edifícios são considerados, desde 1977, de Interesse Histórico.
50 anos depois da sua inauguração a Escola reabre as suas portas em clima de festa com a recriação de uma sala de aula à época da sua fundação, a passagem de um filme que conta histórias dos que aqui trabalharam e viveram e uma atuação do Conservatório de Música de Sintra.

Participaram desta festa antigos alunos, professores e funcionários da Escola, representantes da Câmara Municipal de Sintra, o presidente da Junta de Freguesia, a diretora do Conservatório de Música de Sintra, o presidente do Centro de Formação da Associação de Escolas e professores e funcionários do Agrupamento de Escolas Leal da Câmara.


A biblioteca da ES Leal da Câmara colaborou, com muita dedicação e carinho, na organização desta festa que, creio, sensibilizou todos os presentes. 


professora Liliana Silva



Na BE



Um horizonte carregado de esperança que faz deste romance belíssimo uma obra peculiar dentro do universo hipnótico de Patrick Modiano.

Jean Bosmans, um homem frágil perseguido pelo fantasma da mãe, recorda a sua juventude e as pessoas que entretanto perdeu. Sobretudo a enigmática Margaret Le Coz, a jovem mulher por quem se apaixonou nos longínquos anos 60 e que um dia misteriosamente desapareceu.
Quarenta anos depois, Bosmans partiu à procura desse amor que a memória teimosamente conservou.


«Melhor que um volume de Pléiade, que um lugar no Panteón, que uma reserva no Flore - o que consagrou Modiano foi o neologismo que a sua obra suscitou:  modianesco.»

Le Monde



O livro está disponível na biblioteca.

Patrick Modiano


O escritor francês Patrick Modiano, considerado um mestre da literatura francesa contemporânea, autor de mais de 30 títulos, é o galardoado com o Prémio Nobel da Literatura 2014.
"Através da arte da memória, ele evocou os mais inapreensíveis destinos da Humanidade”, afirmou a 9 de outubro de 2014 o secretário permanente do Comité do Nobel, Peter Englund, ao anunciar o nome do escritor.
Modiano, de 69 anos, recebeu já alguns dos mais importantes galardões franceses como o Prémio Goncourt em 1978, o Grande Prémio de Romance da Academia Francesa, em 1972, e o Grande Prémio Nacional das Letras de França, em 1996.
Patrick Modiano é o 15º autor francês distinguido com o Nobel da Literatura.
Autor de mais de três dezenas de títulos, muitos marcados pela experiência da II Guerra Mundial e as sequelas da ocupação nazi, tem publicados em Portugal “A Rua das Lojas Escuras”, pela Relógio d’Água, em 1987, “Domingos de Agosto", pelas Publicações Dom Quixote, em 1988, “Um Circo que Passa”, também pela Dom Quixote, em 1994, “Dora Bruder”, pelas Edições Asa, em 1998, e “No Café da Juventude Perdida”, também pela ASA, em 2009.

Fonte: Agência LUSA


Clube Manga






Otaku

O Japão é uma das maiores e mais prósperas potências económicas do mundo e possui um nível de bem-estar e um padrão de vida muito exigente em questões tão essenciais como a alfabetização/educação e a saúde (natalidade e esperança média de vida), apresentando um dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano mundiais. Muitíssimo conservadora, competitiva e organizada, a sociedade nipónica valoriza o indivíduo em função da qualidade do seu desempenho e da sua proximidade à academia desenvolvendo expetativas de sucesso muito elevadas
É numa  sociedade  com estas  características  que  surge o otaku (おたく): figura  popularizada na década de 80 pelo jornalista Akio Nakamori e que designa aquele que é fanático de algo/alguém, tratando-o com reverência quase religiosa, sem admitir questiona-lo ou critica-lo e, por isso, vivendo num mundo imaginário isolado da sociedade como estratégia de consolo para as suas angústias.
Faz parte do fenómeno social urbano japonês o otaku de manga (história/s aos quadradinhos ao estilo japonês impressas) e de anime (conjunto de mangas para exibição em suporte audiovisual  na televisão ou numa sala de cinema) que, numa sociedade opressiva como esta, é alvo de discriminação e censura porque se opõe ao modelo socialmente valorizado.
Em Portugal este estereótipo possui o mesmo tom depreceativo que os nerds e outras tribos urbanas (ver Dicionário de Tribos Urbanas em língua inglesa, http://www.urbandictionary.com/), sendo habitualmente alvo de riso e de troça.
Os membros do Clube de Ilustração Manga e de Cultura Pop Japonesa, constituído este ano letivo na biblioteca da ES Leal da Câmara, não se reconhecem na figura do otaku, apesar de considerarem que esta forma de ilustração traduz estados de alma intensos e comoventes e que os animes de ritmo lento exprimem uma interioridade que não se compadece com o materialismo da sociedade moderna em que vivemos. Da visão do mundo alternativa que este grupo toma por referência todas as justificações são difíceis e, por isso, lança o apelo de que é preciso senti-lo, experimenta-lo para se poder julga-lo com justiça. 

O desafio está lançado!



Este artigo é da autoria dos alunos do Clube Manga recém criado na biblioteca: Danieal Fernandes, Kathy Seibert, Luís Cerqueira, Luís Basto, Ricardo Santana e professora Liliana Silva.

Correio eletrónico do Clube: eslcclubedemangaeanime@gmail.com

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Trilogia




Após Um Mundo sem Fim, Ken Follet publica uma nova obra de grande alcance histórico, a trilogia O Século, que atravessará o período conturbado que foi o século XX.

Neste primeiro volume, que começa em 1911 e termina em 1925, travamos conhecimento com cinco famílias que nas suas sucessivas gerações virão a ser as grandes protagonistas desta trilogia.
Os membros destas famílias - americana, alemã, inglesa, russa e galesa -, não esgotam porém a vasta galeria de personagens, incluindo mesmo figuras reais como Winston Churchill, Lenine e Trotsky, o gereral Joffre ou Arthur Zimmermann, e irão entretecer uma complexidade de relações entre paixões contrariadas, rivalidades e intrigas, jogos de poder, traições, no agitado quadro da Primeira Guerra Mundial, da Revolução Russa e do movimento sufragista feminino.

Entre saga histórica e romance de espionagem, casos amorosos e luta de classes, Ken Follett oferece-nos um extraordinário fresco, excepcional no rigor da investigação e brilhante na reconstrução dos tempos e das mentalidades, denotando o seu domínio de mestre na arte do romance.


Os dois primeiros volumes da trilogia O Século estão estão disponíveis na biblioteca.

Livro I - A Queda dos Gigantes
Livro II - O Inverno do Mundo

Cota: 82 -3 FOL



Visão História (*)



Passam agora cem anos sobre o início da Primeira Guerra Mundial.
Foi no dia 28 de junho de 1914 que, com o assassínio, em Sarajevo, do herdeiro do trono austro-húngaro, a Europa mergulhou numa vertigem de acusações e recriminações mútuas que redundaria, passado um mês e alguns dias, no desencadear das hostilidades. Essa «guerra para acabar com a guerra», como lhe chamou H. G. Wells numa expressão que chegou a ter sucesso, revelar-se-ia afinal, ao longo dos quatro anos de pesadelo que durou, um longo calvário de horrores e perplexidades. Mas nada ficou resolvido em 1918, a não ser que a Europa cometera uma espécie de suicídio lento.
Passados vinte anos as chamas reacender-se-iam, ainda mais alterosas e destruidoras.

A participação direta de Portugal nesse conflito absurdo foi já tema de um número da VISÃO História , publicado em fevereiro de 2009.
A VISÃO opta agora por organizar uma panorâmica fotográfica dos múltiplos aspetos da conflagração, acompanhada dos necessários textos de enquadramento, de cronologias e mapas.

Sem memória, viveríamos entre as quatro paredes de um pequeno quarto sem vista chamado presente.

in, Editorial.


Os números 24 (junho/agosto) e 25(setembro/novembro) da VH estão disponíveis na biblioteca.

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(*) A Visão História é uma revista dedicada integralmente aos temas históricos, que pretende aprofundar e divulgar, através do texto, da imagem e de recursos gráficos e infográficos, os mais interessantes acontecimentos históricos nacionais e internacionais.