sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A Evolução do Livro (2)





Das placas de argila à estrutura líquida dos textos digitais
A história da desmaterialização da biblioteca

Ler é uma função vital, natural ao ser humano, a par do batimento cardíaco ou da respiração. Surge do reconhecimento de que a um objeto (por exemplo, a carapaça de uma tartaruga), lugar (a terra onde o arquiteto vai construir a sua casa) ou acontecimento (a criança que, experimentando medo e alegria, aprende a andar) merece ser atribuída uma significação, merece ser lido. Lemos para compreender o mundo.
A escrita surge depois e, apesar de não ser um elemento indispensável ao homem – há sociedades sem escrita – confere-lhe uma virtude essencial ao autoconhecimento e evolução: a possibilidade de constituir uma memória comum.
Ao longo da história a leitura de textos escritos fez-se a partir de diferentes suportes de escrita. A pedra, a argila, a madeira, o papiro, o pergaminho, o papel e o digital foram as principais superfícies de inscrição de signos linguísticos utilizadas. Estes suportes conferiram ao texto lido diferentes formatos: a placa, o rolo, a tábua, o códice, o livro impresso e o livro digital. Neste percurso, cada nova tecnologia do texto escrito – o desenho, a gravação, o manuscrito, a imprensa e o computador - veio acrescentar possibilidades à anterior, intensificando os hábitos e o prazer da experiência de leitura. Os fatores que ditaram esta evolução da leitura foram: a duração, o manuseamento e a portabilidade do texto escrito.
Sob o ponto de vista dos seus conteúdos, a história da leitura corresponde a uma crescente dessacralização do livro e, no âmbito dos acessos, ela narra uma democratização progressiva do acesso ao livro.

Em 2013 e no âmbito do desenvolvimento do projeto, Nativos Digitais Leem+, a biblioteca da Escola disponibiliza uma coleção para a qual, pela primeira vez, não possui corpo físico visível: as licenças de eBooks descarregadas nos leitores digitais. Intermediária entre os utilizadores e a informação disponível online, a biblioteca reforça o seu papel de apoio pedagógico ao serviço da promoção da leitura e do desenvolvimento curricular esperando contribuir para o sucesso educativo dos alunos.

Nota: gostaríamos de deixar aqui uma palavra de agradecimento às professoras Teresa Sobral e Maria Joâo Castilho, à Viarco - Indústria de Lápis, Lda, e a Pedro Ferreira Artes Gráficas sem os quais a exposição não ficaria tão bem documentada. Bem hajam todos!

professora Liliana Silva


sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Clube de Cinema




Ágora, palavra de origem grega que significa assembleia, lugar de reunião.

Epicentro social e cultural da urbe, afirma-se na cultura ocidental como espaço privilegiado de encontros e desencontros, argumentação e retórica, criação e fruição, pulsar da vida a caminho da morte.

Compreende-se assim a pertinência da escolha que fizemos ao selecionar o filme de Alejandro Almenábar, Ágora, como ponto de encontro para uma conversa à volta do valor dos livros como guardiões do pensamento, do saber e das ideias que, como os átomos, vão adquirindo ao longo do tempo novas configurações, dando a pensar. Os livros que, independentemente das roupagens, abrem mundos de significação e de sentido, livros que dizem e interpelam dizeres.

Foi mais ou menos isto que aconteceu na nossa “Ágora”, no dia 31 de novembro, em sessão aberta à comunidade escolar, no âmbito das comemorações do mês internacional das bibliotecas escolares.

Quem por lá passou parece ter gostado, e nós também, pois como terá dito Hipátia de Alexandria: reserve o seu direito a pensar, mesmo que esteja errado é melhor que não pensar.


professora Manuela Martins