Avançar para o conteúdo principal

Maria Teresa Maia Gonzalez (2)




«Há quem morra sem sequer ter chegado, alguma vez, a viver.»

Assim se referia a escritora Maria Teresa Maia Gonzalez à falta de sensibilidade, à indiferença e futilidade com que ocupamos o nosso dia-a-dia e desprezamos os nossos pequenos dons, à nossa indisponibilidade para os problemas do nosso semelhante … É esta morte espiritual que a preocupa e contra a qual se insurge nos seus livros, como forma de consciencializar os leitores para os seus efeitos, para, assim, poder mudar algo, por muito pouco que seja…

Foi no dia 24 de Janeiro, durante o encontro dos nossos alunos com a escritora, que esta, dirigindo-se a um auditório juvenil totalmente rendido à sua presença e ao poder sedutor das suas palavras introdutórias, se revelou em toda a sua humanidade.

Mais do que um mero evento pontual, esta conversa com a escritora Maria Teresa Maia Gonzalez sobre os seus livros, os seus temas, as suas personagens assumiu um significado especial para todos os intervenientes: as suas respostas frontais deixaram transparecer vivências e testemunhos autênticos de entrega ao Outro e à escrita, que fizeram eco na forma de estar e de sentir da assistência. Foi particularmente vivido o apelo à educação para os afectos e para os valores; a valorização dos pequenos gestos, insignificantes para o próprio, mas muito significativos para a pessoa do Outro, pois têm o poder de lhe conferir dignidade e auto-estima; fazendo com que sinta valorosa.

Na perspectiva humanista da escritora, este é, afinal, o autêntico sentido da Vida, patente nas marcas que deixamos, nos elos de ligação que estabelecemos, presentes, por exemplo, na «força de um abraço», que tanta falta faz, como testemunha uma aluna presente na sessão: “ (…) ninguém, ninguém tem coragem. Ninguém se atreve a pedir um abraço quando mais precisa a um desconhecido. Nem todos têm um ombro para chorar nas situações mais indesejáveis, sufocantes... Para mim, foi muito comovente. A minha sensibilidade ficou ainda mais "sensível"!”

Não tenhamos vergonha de tomar «o abraço» que Maria Teresa Maia Gonzalez «fez o favor» de nos deixar com a sua presença.

Dignifiquemos a nossa Vida!
Fiquemos também nós mais sensíveis!

professora Teresa Lucas

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Ebook gratuito: «Esteiros» de Soeiro Pereira Gomes

A biblioteca escolar disponibiliza mais um título gratuito na sua Biblioteca Digital. Podes encontrar mais títulos aqui . Título : Esteiros Autor : Soeiro Pereira Gomes Edição : Agrupamento de Escolas Leal da Câmara Revisão e diagramação : Carlos Pinheiro Coleção : Clássicos da Literatura 1.ª edição : janeiro de 2020 Imagem da capa : Angelina Pereira Edição segundo as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, com base na edição de 1941 (Edições Sirius). Ebook em PDF Ebook em ePub  «Esteiros, minúsculos canais, como dedos de mão espalmada, abertos na margem do Tejo. Dedos das mãos avaras dos telhais que roubam nateiro às águas e vigores à malta. Mãos de lama que só o rio afaga.»

Miúdos a votos na EB da Rinchoa: reportagem da revista Visão Júnior

A revista Visão Júnior esteve na Escola Básica da Rinchoa a realizar uma reportagem sobre o Miúdos a Votos. O 1.º A fez uma entusiástica campanha acerca do seu livro preferido:  Trincas, o Monstro dos Livros , de Emma Yarlett. Os seus colegas do 3.ºA também estão empenhados na campanha de “Miúdos a Votos!” e dão tudo por tudo para que o seu livro, Porque é que os Animais Não Conduzem , de Pedro Seromenho, seja o mais votado Veja a reportagem aqui: https://visao.pt/visaojunior/miudos-a-votos/2024-03-04-na-eb2-da-rinchoa-nao-ha-duvidas-gostamos-de-livros/#&gid=1&pid=1 

8Dias

Passar das marcas? Acusar? Manipular? E se... Jornal i, 01 de Maio de 2010 Esta semana o 8Dias traz-vos mais um problema. Um dilema. Vamos a factos: recentemente foi retirado do Youtube um vídeo da cantora londrina M.I.A. que acompanha a sua recente canção Born Free , pela acusação de ser muito violento. O vídeo parece uma grande produção cinematográfica (ainda que contida em aproximadamente 9 minutos), onde se desenvolve a acção violenta de uma força de elite apostada em erradicar indivíduos cuja característica distintiva é serem ruivos. Para além de todos os dados (relevantes ou não) que gravitam em torno deste episódio - a questão que aqui se gostaria de propor é: será arte ou provocação gratuita a exibição de violência ou pornografia? Seja num teledisco, quadro ou novela. O contexto que proponho para analisar esta questão é o da liberdade de expressão e de pensamento, mas também o da mais simples intenção humana de manipular em vez de persuadir. E se for mais um aceno interpelador...