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8Dias


Do ponto de vista de quem pensa.

No início de mais um ano é importante convidar os nossos leitores a considerar a seguinte passagem. Justamente, porque muitos de nós estabelece metas e objectivos para o ano que agora começou (algumas delas muito pressionadas pelos maus comportamentos ou erros acumulados), é importante que reservemos algum tempo para o acto imperioso de pensar. Sobre nós, o que queremos fazer com as vidas que levamos e as decisões que tomamos. Assim – talvez – se pudessem evitar todos os planos loucos e projectos impossíveis de realizar ou até as mentiras que se inventam para justificar os – mais que certos – insucessos. Cá vai:

A maioria das pessoas não tem qualquer interesse real em conhecer a verdade das coisas (mesmo que digam ou finjam o contrário), como se pode constatar facilmente a partir da forma como pensam e vivem as suas vidas. A atitude natural mais comum entre os seres humanos relativamente às questões fundamentais, ou bem que consiste em assumir inconscientemente tê-las resolvido a priori, ou então em acreditar comodamente que não têm solução, sem qualquer necessidade de uma justificação racional e objectiva para o efeito, como se a verdade fosse uma questão de gosto, opinião ou preferência pessoal, ou como se se tratasse de uma escolha subjectiva que cada um livremente pudesse fazer à medida dos seus desejos, interesses e necessidades, e não objecto de uma descoberta racional e objectiva que todos devem fazer, se quiserem realmente saber a verdade. É por isso que questões como (...) o sentido da vida [ou a acção moral] ficam assim sujeitas ao capricho arbitrário da subjectividade pessoal, das crenças e opiniões particulares, preferindo uns acreditar que sim e outros que não, uns numa coisa e outros noutra, muitas vezes pelas mesmíssimas razões, porque dá jeito e é preciso acreditar em alguma coisa que nos dê certezas e a segurança ilusória de que sabemos muito bem quem somos, donde vimos, para onde vamos e o que fazemos aqui. É claro que isto pode resolver o problema subjectivo de acreditar ou não naquilo que nos convém, mas não resolve o problema objectivo de saber qual é a afinal a verdade das coisas.

João Carlos Silva, “A natureza das coisas do ponto de vista da eternidade”. Adaptado.

Que possamos entregar-nos ao acto livre de viver, portanto, provocando e pensando.
Excelente ano de 2011 para todos.


professor Luís Vilela

Comentários

  1. A maioria das pessoas não tem interesse de constar a verdade, pelo simples facto de saber onde se estão a envolver, se é certo ou errado, quando pensam no sentido da vida, não é fácil chegar a uma só resposta que nos dá uma certividade do real e do irreal, o sentido da vida dá-nos o capricho arbitrário, o poder de escolha própria, a aceitação de crença nas mesmas coisas, mas de modo diferente dá as pessoas o sentido de opinião inigualável, a verdade das coisas dá-nos mais o que pensar cada vez mais. O ser humano tem curiosidades que são impossíveis de saber, mas que com a fé não sejam impossíveis de acreditar.

    Raíssa Pâmela 11ºH1

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