sexta-feira, 12 de junho de 2015

Mathias Énard




13 de maio de 1506: ao desembarcar em Constantinopla, Miguel Ângelo sabe que enfrenta o poderio e a cólera de Júlio II, papa guerreiro e mau pagador, para quem deixou preparada a edificação de um túmulo em Roma. Mas como não havia de responder ao convite do sultão Bayazid, que, depois de ter recusado os planos de Leonardo da Vinci, lhe propõe a conceção de uma ponte sobre o Corno de Ouro?
Assim começa este romance, todo feito de alusões históricas, servindo-se de um facto concreto para expor os mistérios daquela viagem.

Perturbante como o encontro do homem do renascimento com as belezas do mundo otomano, exato e cinzelado como uma peça de ourivesaria, este retrato do artista em pleno trabalho é também uma fascinante reflexão sobre o ato de criar e sobre o simbolismo de um gesto inacabado para a outra margem da civlização. É que, através da crónica dessas poucas semanas da História, Mathias Énard esboça uma geografia política cujas hesitações ainda hoje, passados cinco séculos, são igualmente sensíveis.

Tradução de Pedro Tamen


Disponível na biblioteca.



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