sexta-feira, 28 de outubro de 2011

National Geographic



Descodificar o adolescente.

Estou tão frustrado com o meu filho de 14 anos que me sinto à beira de explodir. Estou a levantar a voz. Não, sejamos sinceros, estou a gritar. Detesto gritar. Estamos atrasados. Detesto estar atrasado.
A minha filha de 19 anos levanta os olhos do telefone, interrompe o envio de mensagens de texto e diz: "Pai, tenha calma!". Detesto que me digam para ter calma. O meu filho está sentado em frente ao televisor a ver o futebol da Liga inglesa. Descobriu uma forma de desbloquear a emissão codificada por satélite. Detesto isso. Para  agravar o caso, ele até descobriu a senha do meu telefone e está no sofá a trocar mensagens com a "rapariga mistério". A minha tensão arterial dispara. Ele não fez as tarefas e tem o quarto numa barafunda. Não consegue encontar  a camisola de futebol. Vamos perder o jogo dele. Por que razão os adolescentes se portam assim?

A pensar nesta agitação, preparámos a reportagem "Cérebros  Brilhantes". Enviámos ao Texas uma fotógrafa talentosa, Kitra Cahana, até há pouco ela própria uma adolescente. Pedimos-lhe para comentar a vida dentro e em redor da escola secundária. As imagens evocam memórias boas e menos boas da nossa adolescência  através da perspetiva da evolução e sugere que existe de facto uma razão para o comportamento desesperante.

De volta à minha manhã frustrante: conseguimos chegar a tempo ao jogo de futebol. O meu filho jogou com paixão, marcou um golo e saltou para os braços dos seus colegas de equipa. Disso eu gosto.

Chris Johnsin Editorial da revista NG de outubro de 2011.


A revista está disponível na biblioteca.

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