Ainda me lembro quando fui ao cinema pela última vez, fui ver o filme Joker (2019), realizado por Todd Phillips, que deu o Óscar de Melhor Ator a Joaquin Phoenix.
No início pensava que era um filme de super-heróis, uma megaprodução, com muitos efeitos especiais e cabeças pelo ar, mas eu não podia estar mais errada. Fui, literalmente, consumida pelo filme e pela sua história, e senti uma empatia de tal forma hipnotizante com a personagem principal que era como se tivesse entrado na sua cabeça e conseguisse sentir tudo o que ela sentia, num misto de sentimentos de atração e repulsa. Foi de tal forma intenso que consegui sentir toda a solidão, tristeza e infelicidade da vida do protagonista. Emoções que se intensificam à medida que a cidade o despreza e o marginaliza, repetindo assim o processo até não aguentar mais, que juntamente com a indiferença de um sistema o leva a passar da vulnerabilidade para a loucura.
O que mais me fascinou foi que, apesar de sofrer constantemente todo o tipo de humilhações (que me causaram até algum desconforto), sozinho na multidão, Arthur continua à procura de conetar-se com alguém, numa tentativa quase patética de obter a aceitação de uma sociedade que o considera um parasita. Talvez isso explique a sua necessidade de usar máscaras. Uma delas pinta-a no seu dia-a-dia enquanto trabalha como palhaço, a outra nunca a pode remover.
Sempre diferente de todos em seu redor, o seu riso incontrolável e inapropriado ganha ainda mais força quando tenta contê-lo, expondo-o a situações ridículas e, até, à violência. Ao aceitar a sua dor, Arthur liberta-se da sua existência trágica e ergue-se Joker.
Eu considero este filme uma obra fascinante que comunica com o espectador, dando a pensar sobre o problema das doenças mentais e a forma como uma sociedade, por vezes, fria e egoísta, julga a loucura.
Sem dúvida um filme de marca, que marca!
Mariana M., 12.º C2
Veja o trailer aqui:
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