segunda-feira, 19 de setembro de 2011

1/4 de século






Depois das palavras do Diretor que apontou as metas e os objetivos do Projeto Educativo da Escola, o Grupo de teatro Reticências, nos dias 13 e  14, pelas 18:00,  deu as boas vindas aos novos alunos com uma performance teatral, dando conta de alguns momentos que a escola viveu  ao longo dos 25 anos da sua história.  Uma Escola que se constrói com o esforço e o entusiasmo de alunos, pais e encarregados de educação, funcionários e professores. Uma Escola que vai construindo a própria identidade em abertura ao mundo e em resposta aos desafios globais.
A nossa Escola...

professora Fátima Monteiro

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As palavras que acompanharam a performance do Grupo de Teatro:

Prólogo: Encontros. Desencontros. Gentes que vêm de todos os sítios. O subúrbio tem muitas cores, muitas caras. A escola quando nasce, nasce para todos. Desbravando os caminhos do pão...

Cena 1: Quem espera desespera! 1986... Europa abre-nos a porta com sorrisos franceses ou alemães, piscando o olho. Os cravos  d'abril ainda não murcharam nas lapelas mais ou menos puídas. Mas as salas d'aula estão fantasmas, vazias de zum zum de prof's e alunos. Não há recheio: cadeiras para ouvir os livros, carteiras onde pousar livros de ponto ou mãos a escreverem sonhos... Revolução na rua por favor! Revolução das cadeiras! Pais e alunos futuros querem futuro na escola. Das casas de Rio de Mouro saem cadeiras e bancos. Acorda: senhores que mandam! Se Maomé não vai à montanha... (Já no final) Salas d'aula cheias, burburinho, muito aprender! Das pedras nascem flores, das cabeças tantas ideias de espantar! Enxadas na mão os jardins vão nascer... E a escola crescer. Das mãos unidas que jamais serão vencidas!

Cena 2: O mundo pula e avança... 1989, lá vai mais uma década! Em Berlim, ventos de mudança! Muros não, nem no coração! E as mãos que constroem também são capazes de destruir: muros d'egoísmo, muros de Raiva. Muros de fogo, muros de solidão. Muros de Berlim, outros sem Fim! Liberdade, Paz, Fraternidade, Igualdade! Novo vento areja o Velho Mundo. E a escola assim solta velas, amarras, com ele navega, vento em popa! Abrindo corações...

Cena 3: Já a década de 90 vai a meio... O Mundo galopa veloz, não para, bit, byte, giga ou mega... os ecrãs piscam como células num corpo gigante. Fala-se sem fio à meada, fala-se de tudo e de nada. La Terra é mobile! A Escola nossa não perde pitada neste banquete tecnológico... Os olhos dos jovens seres deslumbram-se em maravilhas que transbordam dos mágicos ecrãs... O Admirável Mundo Novo aí está, tal como nos prometeram...

Cena 4: Novo Milénio! Afinal o Mundo não acabou, era só brincadeira de magos e astrólogos! War Games, jogos de guerra... No entanto são os mais jogados nos altos salões do Império... Golfos apetitosos, recheados de ouro negro, petróleo... países cujo brinquedo predileto são AK7 ou Kalashnikov's, shot's de terror e amargura... E um dia a casa vai abaixo. Trágicas Torres d'uma Babilónia que já ninguém entende, línguas trocadas... New York, New York... Inocência perdida. Será?... O Fim do Mundo como o conhecemos? Castelo de cartas que desaba...

Epílogo: Epilogar, agora... um lugar fora... Aqui. Transformar futuro. Não esperar mansamente por ele. Fazer nascer um Novo Dia! E Agora? Que desejos têm estes sonhadores alunos que vos abrem os braços, jovens colegas de carteira? Desastres Ecológicos, fome,  guerras, desemprego... Vamos fazer revolução? Deixar de ser Geração à Rasca? Aqui começa, na Escola, pátria de sonhos e projetos... Aqui se faz o mundo novo, aqui se constrói o futuro. Depende de nós regar estes jardins, derrubar muros e sonhar horizontes... Mãos à obra... há escola! Existe Futuro! E não será à Rasca!

Rui Mário
Grupo de teatro Reticências


1 comentário:

  1. Obrigada, Rui Mário, pelo excelente texto! Reflexo de uma alma que por cá passou, atenta, disponível e generosa. De uma alma que se recusou a parar de crescer, procurando sempre novos preenchimentos de cor, novos sons, novas formas de ser e de se dar ao mundo. Quando almas assim por cá passam, todos ganhamos e sentimos orgulho de pertencer a este lugar muito especial que é a nossa escola, a Leal!
    Manuela Martins

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