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“A biblioteca do senhor Juarroz” - Desafio



26 de Outubro… Que dia foi este? Não, não foi o dia do teu aniversário… J Mas foi o Dia Internacional das Bibliotecas Escolares.


E a propósito: há um livro de Gonçalo Tavares O senhor Juarroz da Caminho, que mos mostra um pouco deste mundo das bibliotecas



«… O senhor Juarroz gostava de organizar a sua biblioteca de maneira secreta. Ninguém gosta de revelar segredos íntimos. O senhor Juarroz primeiro organizara a biblioteca por ordem alfabética do título de cada livro. Rapidamente, porém, foi descoberto.


O senhor Juarroz organizou depois a sua biblioteca por ordem alfabética, mas tendo em conta, a primeira palavra de cada livro. Foi mais difícil, mas ao fim de algum tempo, alguém disse: «Já sei!»


A seguir o senhor Juarroz reordenou a biblioteca, mas agora por ordem alfabética da milésima palavra de cada livro. Há no mundo pessoas muito perseverantes, e uma delas, depois de muito investigar disse: «Já sei!»



No dia seguinte assumindo este jogo como decisivo, o senhor Juarroz decidiu arrumar a biblioteca, a partir de uma progressão matemática complexa que envolvia a ordem alfabética de uma determinada palavra e o teorema de Godel!Assim, para estranheza de muitos, a biblioteca do senhor Juarroz começou a ser visitada, não por entusiastas da leitura, mas por matemáticos. Alguns passaram tardes a abrir os livros e a ler certas palavras, utilizando o computador para longos cálculos, tentando assim encontrar a todo o custo a equação matemática capaz de desvendar a organização da biblioteca do senhor Juarroz. …»



Lançámos um desafio a alguns alunos da noite para imaginarem, hipoteticamente, de como seria a biblioteca do senhor Juarroz e, o Carlos Loreti escreveu uma página muito interessante que vai ser o início de uma aventura de escrita, o que achas? Queres participar? É fácil! Basta que leias o texto do Carlos e que continues a história por ele imaginada!



“A biblioteca do senhor Juarroz” por Carlos Loreti


Entrar naquela sala, era como entrar num universo paralelo, onde a areia da ampulheta do tempo não cai. Aquele cheiro característico do pó dos livros que, como qualquer obra de arte, é intemporal. Ao depararmos com aquelas estantes corridas, altas, do tecto ao chão, divididas a meio por um estreito passadiço, com parapeito em madeira, a condizer com a grande e pesada secretária no centro da sala, feita de mogno, estilo manuelino, com um candeeiro fluorescente rectangular dirigido para os livros em cima da mesma, como se o dispersar dessa luz fosse incomodar todos os outros que repousam nas prateleiras, podemos encontrar de tudo: desde temas generalistas, a biografias de grandes homens que, só por eles, marcaram várias páginas da história, enciclopédias sobre todos os temas e assuntos, grandes romances de ficção, livros com lombadas debruadas a letras douradas, até aos mais simples, somente cozidos ou colados, isto, claro está, tudo devidamente etiquetado e identificado. Quase que podia assegurar que podia encontrar uma agulha num palheiro.



Quando o senhor Juarroz se aproximou, com os olhos brilhantes, por detrás dos seus óculos de armação de massa preta, disse-me:



- «Agora, a jóia da coroa!»



Dirigiu-se então através da semi-escuridão para o fundo da sala, abriu uma pequena porta, disfarçada também ela com uma estante, dando passagem para uma sala pequena, onde existia uma mesa coberta com um rectângulo em vidro, mal iluminada pelas duas pequenas luzes de presença. No centro dessa mesa, um único exemplar. Depois de habituar os meus olhos à escassa luminosidade, fiquei sem fôlego com uma simples palavra dactilografada numa etiqueta colada no centro do vidro: “Guttemberg”. Atónito, ao ver no início daquela página a iluminura com pormenores dignos de um génio, olhei para o senhor Juarroz e, sem conseguir articular uma palavra inquiri-o só com o olhar, ao que ele respondeu com um misto de orgulho e comoção:



- «É, sim!»



Caí em mim, atravessando várias atmosferas no regresso à terra e à realidade: uma bíblia de Guttemberg, um verdadeiro tesouro!


Lança-te à escrita! Bom trabalho!



Teresa Lucas e Fátima Loureiro

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