Chancelada pela editora Tinta-da-China, a edição portuguesa é dirigida pelo jornalista Carlos Vaz Marques e terá periodicidade semestral.
EU é o mote inicial.
«Dizemos eu a todo o momento, mesmo quando julgamos estar a anunciar verdades universais. A primeira pessoa do singular é o ponto de partida literário por excelência. Dele emerge, nos melhores casos, um olhar capaz de nos restituir o mundo a partir de um ponto de vista inaugural, permitindo-nos questionar e reavaliar não apenas o que nos rodeia e o que vemos, mas acima de tudo aquilo que somos.
É desse pressuposto que nasce a Granta e foi por isso óbvio, desde o início, que o tema deste primeiro número seria o mais elementar dos pronomes pessoais, aquele a partir do qual tudo de constrói.
Pediu-se aos autores portugueses que compõem este número inicial que interpretassem tão livremente quanto possível o mote que lhes foi proposto. [...]
A vocação da Granta cumpre-se acima de tudo nos textos inéditos que nasceram para lhe dar corpo. Não será o caso dos sonetos de Fernando Pessoa que aqui revelamos, quase oitenta anos depois da morte do poeta: uma edição a acentuar o carácter de coleccionador que este primeiro número por certo alcançará. Acima de tudo, no entanto, orgulhamo-nos dos textos que sem esta revista nunca teriam existido».
Carlos Vaz Marques, in Editorial
Além dos cinco sonetos inéditos de Fernando Pessoa, o primeiro número da revista Granta inclui textos de Saul Bellow, Orhan Pamuk, Dulce Maria Cardoso, Hélia Correia, Afonso Cruz, Rachel Cusk, Ricardo Felner, Valter Hugo Mãe, Rui Cardoso Martins, Simon Gray e Ryszarh Kapuscinski, ilustrações de Vera Tavares e um ensaio fotográfico de Daniel Blaufuks.
O nº 1 da revista Granta está disponível na biblioteca.
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