sexta-feira, 26 de abril de 2013

Egas Moniz



Esta é a primeira biografia de uma das mais fascinantes personalidades médicas do século XX, a quem se devem duas contribuições científicas fundamentais,: a angiografia, uma técnica que permite a visualização dos vasos cerebrais, e a psicocirurgia, o primeiro tratamento cirúrgico de certas doenças psiquiátricas, agora reabilitada em consequência de progressos tecnológicos recentes.

António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz nasceu em 1874 em Avanca e formou-se na Universidade de Coimbra. A sua tese, intitulada «A Vida Sexual», tornou-se um sucesso de vendas. Em 1991 transferiu-se para a Universidade de Lisboa como  professor de Neurologia. Até 1919 foi um político activo, chegando a ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de Sidónio Pais e chefiando a delegação portuguesa à Conferência de Versalhes no final da Grande Guerra. Ganha em 1949 o Prémio Nobel da Medicina.

Esta é uma narrativa que o autor pretendeu objectiva e crítica, e para a qual dispôs de numerosos documentos e cartas inéditos e do testemunho de colaboradores e familiares de Egas Moniz.
Irá certamente contribuir para o melhor conhecimento de um português que, permanecendo ainda para muitos uma figura obscura, foi político, diplomata, homem de letras e do mundo, clínico de sucesso e cientista improvável.


O livro está disponível na biblioteca.

Cota: 929 - ANT



Ciência Descoberta



A exposição 360º Ciência Descoberta, promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian resulta de uma aposta clara e empenhada, assumida nos últimos vinte anos, na divulgação científica de qualidade, através da concretização de diversas exposições de natureza científica.

Comunicar e divulgar Ciência  constitui uma arte, pois não se resume apenas a transmitir conhecimento. Deve, sobretudo, suscitar a curiosidade e estimular a imaginação. Para desempenhar bem o seu papel, a ciência tem de favorecer o diálogo e conseguir articular-se com todas as outras formas de saber, bem como facilitar os processos de circulação do conhecimento.

A exposição pretende pôr em destaque as importantes contribuições científicas de portugueses e espanhóis, no período das viagens e descobrimentos marítimos. Trata, ainda, de dar a conhecer e prestar homenagem a todas as personalidades, quer as conhecidas, quer uma grande maioria de individualidades desconhecidas, as quais, ao longo dos séculos XV e XVI, contribuíram para que o conhecimento do mundo natural e físico avançasse até ao nascimento da modernidade científica europeia.

Artur Santos Silva
Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian



A exposição decorre na galeria de exposições temporárias da Fundação Calouste Gulbenkian até ao dia 2 de junho.
Mais informações e programa do Ciclo de Conferências,  aqui.


O catálogo da exposição está disponível da biblioteca.
Cota: 55 MOU

Alfred Hitchcock





Reconhecido mundialmente como mestre do suspense, Alfred Hitchcock foi o realizador escolhido este ano, pelo Clube de Cinema da biblioteca escolar, como figura carismática e incontornável da 7ª arte a apresentar aos alunos do curso profissional multimédia.

A sessão decorreu no dia 17 de abril, pelas 10h, no auditório, tendo como principal objetivo suscitar a curiosidade e o desejo dos alunos de melhor conhecerem a obra deste realizador, de dupla nacionalidade (inglesa e americana), que nos deixou mais de 60 filmes surpreendentes, arrepiantes, por vezes, insólitos, meticulosamente pensados, filmados, montados, sempre com a mesma intenção: concentrar a atenção do espetador, enredando-o numa trama, porventura, inverosímil mas nunca banal.

Como disse numa entrevista a François Truffaut: “Nunca filmo uma fatia de vida pois isso as pessoas podem muito bem encontrar em casa ou na rua, ou até diante da porta do cinema. Não precisam de pagar para ver uma fatia de vida. Fazer filmes, para mim, quer dizer, em primeiro lugar e acima de tudo, contar uma história.”

E afinal é isso que Sir Alfred Hitchcock é: um exímio contador de histórias!


professora Manuela Martins


Pride and Prejudice




When wealthy Mr Bingley comes to live at Netherfield Hall, Mrs Bennet is delighted: she has five daughters to be married...


This reader uses the expansive reading approach, where the text becomes a springboard to improve language skills and to explore historical background, cultural connections and other topics suggested by the text. As well as the story, this reader contains:
- An introduction about Jane Austen and her life;
- A wide range of activities practising the four skills;
- Dossiers: The Social Context in Jane Austen´s Time, The Role of Women in the Regency Period and Jane Austen and the Romantic Movement;
- An internet project;
- FCE-style activities;
- Trinity-style activities (Grade 8);
- A recording of parts of the text;
- An exit test with answer key.


The book and audio-CD are available at the library: 811-111 AUS



Cineconvida (3)




Seis meses. Seis livros. Seis membros.
O Clube de Leitura de Jane Austen (2007), de Robin Swicord, é uma comédia romântica que releva a leitura dos clássicos como uma experiência que pode ser partilhada, desafiadora e muito divertida.
Quando cinco mulheres e um homem se reúnem para discutir a obra da famosa escritora inglesa, percebem que os problemas românticos de Emma, do Sr. Darcy e das irmãs Bennet não são muito diferentes dos seus próprios.
Procuram assim conforto e sabedoria nas páginas das obras de Jane Austen, descobrindo que, em assuntos do coração, tudo o que precisam de fazer é perguntar: nesta situação o que faria Jane?


No âmbito das  comemorações do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, o Clube de Cinema convida-te para o visionamento do  filme no dia 30 de abril, pelas 10h00,  no auditório da Leal da Câmara.




sexta-feira, 19 de abril de 2013

Newton Gostava de Ler (3)






A leitura desta obra insere-se no contexto da realização do Módulo IV - Nanomundo, do projeto Newton Gostava de Ler que teve lugar na biblioteca a 12 de março pelas 10 horas.
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“Porque é fácil de ver: não são as coisas que são temporárias, são os investigadores que são temporários.
Newton morreu, como é sabido, mas as coisas que ele viu não. (E às coisas que ele viu, às suas transformações, os vivos chamam agora outros nomes.)"
                    
Gonçalo M. Tavares, Enciclopédia 1-2-3. Relógio D’Água. 2012
           

                A partir da leitura deste fragmento, poder-se-á inferir que o conhecimento é fruto da interação do Sujeito sobre o Objeto, numa tentativa de o compreender e explicar. Esta atitude de questionamento da realidade por parte dos investigadores reflete uma maneira científica de pensar, que visa alcançar a ilusão da Verdade, acrescentando, desenvolvendo, fazendo avançar o conhecimento na procura do Novo.

                Deste modo, a ciência progride com a lucidez de que faz parte intrínseca da natureza do próprio conhecimento questionar a ordem das coisas e, por isso, o cientista procura permanentemente novas explicações, para responder aos novos desafios resultantes do progresso da ciência. O conhecimento gera mudanças, transformações que exigem criatividade e imaginação para fazer pensar em novas hipóteses, que vão dar origem a novas teorias científicas e a novos instrumentos necessários à apropriação dessa nova realidade.

Podemos, então, afirmar que o desejo de conhecer e de explicar a realidade serve-se da linguagem para fazer avançar a ciência, usando-a para alcançar a Verdade. Ao contrário do que se poderia supor, a objetividade e o rigor exigidos pelo método científico pressupõem outras características que se pensa serem exclusivas do mundo da cultura e das artes, como a literatura. As fronteiras entre a ciência e a literatura parecem esbater-se, uma vez que ambas recorrem à criatividade para gerar ideias novas e criar algo novo.

O Senhor Henri de Gonçalo M. Tavares é o exemplo de, como através da linguagem (literatura), é possível abordar temas da ciência.

Neste livro, o segundo da coleção «O Bairro», o leitor é confrontado com a ideia da temporalidade do saber, em busca do verdadeiro conhecimento, guiado pelo Senhor Henri, o protagonista, que se autocaracteriza como sendo «muito cerebral», muito bem informado, detentor de um vasto conhecimento enciclopédico, que partilha com todos os que o querem ouvir no estabelecimento onde passa a maior parte do tempo.

Ao longo da leitura, através das várias reflexões e associações que a personagem vai estabelecendo, é sugerida uma maneira científica de pensar, usada pelo Senhor Henri para questionar a essência das coisas e valorizar a dúvida na procura de explicações suscetíveis de fazer avançar o conhecimento através da exploração de novos factos.

                Considerando que a aquisição do conhecimento dá que pensar, este personagem defende, assim, a existência de «um sistema geral do pensamento» - o absinto, a sua «teoria do mundo» – o qual, a partir da vasta informação enciclopédica de que dispõe, o leva a subverter os padrões instituídos e a criar uma «realidade melhor», com novos conceitos - bolsos de calças que estejam preparados para levar líquidos, por exemplo.

O absinto está para o Senhor Henri como a imaginação (a criatividade), o pensamento (a razão) estão para o cientista: representa o estímulo, o incentivo que põe em causa toda a erudição, o saber pré-concebido para estabelecer novas conexões, criar novas teorias: «as pessoas que têm azar não deixam de ter sorte” ou ainda “nos dias que correm aprende-se por todos os lados do corpo

Em síntese, podemos considerar que no livro O Senhor Henri literatura e ciência confluem, esbatendo-se a antinomia objetividade científica versus criação subjetiva, pois ambas valorizam a criatividade como atitude que conduz à (des) ocultação do real:

"Muito deve a literatura
ao absinto,
Em qualidade, muito mais
Que ao tinto..."

                          Alexandre O´Neill

professora Teresa Lucas



O livro está disponível da biblioteca.
Cota: 821.134.4 TAV



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Gabriel Mithá Ribeiro (2)



A ação Como ensinar História no séc. XXI decorreu na biblioteca no dia 10 de abril, pelas 18:30.
O auditório foi constituído essencialmente por professores e o debate em torno da obra e ideias do autor foi animado e muito participado.



"E o que faz um bom aluno?"
O sociólogo Albert Hischman, no seu modelo de participação cívica dos cidadãos em instituições, diz-nos que há quem fique quieto e aparentemente não faça nada, quem use a voz critica de modo ativo e ainda quem se submeta às regras do poder e da instituição. Este modelo altera muito do que habitualmente ouvimos na opinião pública, revelando que mesmo que os indivíduos aparentemente fiquem quietos e não façam nada, seguindo as suas rotinas, têm uma atitude com significado social importante. Criámos a ideia de que o aluno que está sempre a participar é um bom aluno mas, na verdade, é-o quem está intelectualmente ativo, o que muitas vezes só se manifesta a prazo. Mais do que com o professor, o bom aluno deve mostrar empatia com o conhecimento. Durante mais de uma geração tivemos uma ditadura que impôs o silêncio. Saramago dizia que «O silêncio serve para ouvirmos o que é importante». Essa  democratização tem de vir de uma adesão voluntária da sociedade.  Era fundamental para repensar a própria ideia de escola. A escola carece de silêncio."

Excerto da entrevista de Gabriel Mithá Ribeiro ao Jornal de Letras em janeiro de 2013.


O nº 1103 do JL  está disponível na biblioteca .


sexta-feira, 12 de abril de 2013

Pascal Mercier (*)



Numa manhã chuvosa, uma mulher prepara-se para saltar de uma ponte, em Berna. Raimund consegue dissuadi-la de tal propósito, mas depois a mulher desaparece. Tudo o que sabe é que é portuguesa. De tarde, entra numa livraria e, por acaso, descobre um livro de um autor português, Amadeu de Prado, que foi médico, poeta e resistente durante o salazarismo.

Raimund é, desde há muito tempo, professor de latim e grego, o que já o entusiasma tão pouco como o seu casamento, em estado de desagregação. Aprende português e, uma noite, mete-se num comboio para Lisboa, uma cidade que irá ser o local de todas as revelações: de dois mistérios da vida humana, da coragem, do amor e da morte.
Um livro que apetece reler lentamente, mal se acaba de ler.

Ibidem.


«Escrita sólida, fluida, um bilhete de ida para uma viagem recheada de ideias e personagens confrontadas com a História, o acaso, as escolhas. Metáfora para as mudanças e o exercício para a liberdade.»     
Visão

«Um misterioso escritor é pretexto para falar de questões como a solidão, a morte ou a identidade. Tudo a partir de Pessoa e da musicalidade do português».     
Diário de Notícias


O livro está disponível na biblioteca.
Cota: 82-3 MER




Comboio Noturno para Lisboa foi adaptado ao cinema pelo realizador Bille August, e quase integralmente rodado em Lisboa.
Conta com as interpretações de Jeremy Irons, no papel de Raimund Gregorius, e ainda de Mélanie Laurent, Jack Huston, Bruno Ganz, Lena Olin, Christopher Lee, Charlotte Rampling, e dos portugueses Nicolau Breyner, Beatriz Batarda e Marco d´Almeida.

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(*) Pascal Mercier é o pseudónimo literário do filósofo Peter Bien. Nasceu em Berna em 1944 e vive em Berlim. Até recentemente foi professor de Filosofia na Universidade de Berlim. Filho da pequena burguesia, cedo decidiu que não queria para si o tipo de vida que os homens da casa levavam. O determinismo do almoço às 12h30 imposto pela fábrica fê-lo começar a refletir sobre a condição humana ao completar 12 anos, altura em que iniciou a leitura da História, das religiões e da vida dos santos. Aos 45 começou a escrever romances «enquanto professor receei colocar a minha reputação académica em causa quando me iniciei na ficção. Precisava de me esconder atrás de um pseudónimo para ter coragem de me libertar na escrita». Escolheu o nome pelo qual hoje é conhecido na lista telefónica de Genebra. Comboio Noturno para Lisboa é o seu terceiro romance. Está traduzido em 15 idiomas.


Frederico Delgado Rosa


Chamaram-lhe terramoto e furacão.
Uns apelidaram-no de general-dinamite, outros de cowboy e de general Coca-Cola. Ele próprio se retratou como um «Tufão sobre Portugal», mas foi outro o epíteto que ficou para a posteridade e no coração do Povo: Humberto Delgado, o General Sem Medo.

Esta é a primeira biografia do homem que desafiou Salazar ao proferir a célebre frase: «Obviamente  demito-o!».
Candidato à Presidência da República em 1958, Humberto Delgado galvanizou multidões de Norte a Sul, tendo sido vítima de uma das maiores fraudes eleitorais da História.
A sua morte às mãos da PIDE a 13 de fevereiro de 1965, foi o principal assassínio político da ditadura e marcou indelevelmente a memória coletiva. Mito do Século XX, Humberto Delgado renasce neste livro, que narra passo a passo o romance de aventuras da sua vida, desde a infância no Ribatejo até à cilada de Badajoz.
Escrita por Frederico Delgado Rosa, neto de Humberto Delgado, a presente biografia desvenda factos totalmente vedados aos historiadores e faz surpreendentes revelações sobre o assassinato, lançando nova luz no «Caso Delgado». A obra inclui uma extraordinária coleção de fotografias, na maior parte inéditas.

Ibidem.



O livro está disponível na biblioteca.
Cota: 94(469) ROS




sexta-feira, 5 de abril de 2013

FESTin



O FESTin regressa ao Cinema São Jorge, em Lisboa, entre 3 e 10 de abril de 2013, para a sua quarta edição. Entre as novidades na programação, destaca-se uma homenagem ao prestigiado Festival de Gramado (Brasil) que, entre diversos filmes premiados, traz a Lisboa a estreia do filme Colegas, protagonizado por três atores com Síndrome de Down, que está a ser um fenómeno de sucesso no Brasil; o cinema de Angola será também homenageado através de uma parceria com o o IACAM – Instituto Angolano de Cinema Audiovisual e Multimédia. Haverá ainda uma maratona de documentários, uma mostra dedicada ao público infanto-juvenil e o I Encontro Internacional de Jornalistas de Cinema, que reunirá pela primeira vez profissionais ligados ao jornalismo, crítica e divulgação cinematográfica num debate sobre o setor.
 
Estas sessões vêm juntar-se ao programa habitual do FESTin, constituído por duas sessões competitivas (longas e curtas-metragens), Mostra de Cinema Brasileiro (longas e curtas-metragens) e Mostra de Inclusão Social, para além de oficinas de iniciação ao cinema para crianças e jovens e mesas redondas.
 
Ao longo de uma semana serão exibidos 75 filmes, entre longas e curtas-metragens (ficção, documentário e animação), provenientes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. Uma vez mais destaca-se a forte presença de filmes oriundos do Brasil, que continua a concorrer em peso ao FESTin.

professora Manuela Matins

 

A odisseia da espécie



Journey of Man: A Genetic Odyssey, National Geografic Channel, 2009, 93 min.

Como conseguiu a raça humana povoar o planeta? Um grupo de geneticistas estudou esta questão durante uma década e chegou a uma surpreendente conclusão: a "árvore genealógica" global pode ser traçada até um homem que viveu em África há 60.000 anos atrás. O Dr Spencer Wells é o anfitrião deste programa inovador, que conta também com os testemunhos de especialistas científicos,  historiadores, arqueólogos e antropólogos.



Com a qualidade a que a National Geografic já nos habitou, este documentário relata o percurso realizado por um geneticista que reconstrói o caminho feito pelo ancestral do Homem desde que saiu do seu continente de origem, África, até chegar à Europa e à América. Por incrível que pareça, a seguir a África o Homem terá colonizado o continente australiano, após um longo percurso de milhares de quilómetros! Esta afirmação parece-nos ainda mais extravagante quando pensamos na vasta massa de água que na atualidade separa estes dois continentes! Depois da Austrália, o geneticista visita vários pontos de passagem do Homem, nomeadamente o Oriente, a Europa de Leste e até faz uma longa viagem pelo gelo para conhecer um povo primitivo que vive em condições extremas de frio, os Inuítes. Esta longa viagem teve como objetivo recolher várias amostras de sangue que possibilitaram comparações genéticas e permitiram desenhar o percurso do Homem na sua dispersão por toda a Terra, desde o seu aparecimento em África. As provas que apoiam as descobertas do autor baseiam-se no estudo de alguns genes que por se terem mantido inalterados (sem mutações) permitiram estabelecer ligações entre várias populações e a população humana mais antiga ainda viva, os bosquímanos, cujos hábitos de vida se mantêm primitivos.

professora Élia Meneses



O documentário em DVD está disponível na biblioteca.