Aristides de Sousa Mendes
O dia 17 de fevereiro deste ano foi um dia importante e especial para a escola e para os alunos, pois receberam uma privilegiada visita de Ana Araújo, membro da comunidade israelita de Lisboa, e do neto de Aristides de Sousa Mendes, o dr. António de Sousa Mendes. Estas duas personalidades vieram fazer uma palestra sobre o terrível Holocausto – a perseguição e extermínio dos judeus levado a cabo pelo governo nazi durante a segunda guerra mundial.
A palestra começou com Ana Araújo, que nos deu a sua perspetiva sobre o assunto. Na sua opinião, pode dizer-se que houve diversos fatores que complicaram a situação dos judeus que viviam nos diferentes países da Europa Central e de Leste, por exemplo: o papel das milícias militares nazis que, à medida que se ía realizando a invasão e ocupação dos territórios, iam perseguindo e assassinando os judeus; a par disso existia indiferença por parte das outras pessoas que viviam ao redor dos judeus e que, mesmo tomando conhecimento do que se passava, mantinham-se passivas como se tal questão não lhes dissesse respeito.
Graças a essa perspetiva de Ana Araújo, foi possível compreender que não só as forças militares de Hitler foram causa do Holocausto, mas também as próprias pessoas que não eram de origem judaica contribuiram para isso, pois não agiram nem protestaram contra essas atitudes antissemitas.
Mas, felizmente, durante a II Guerra Mundial, surgiram grandes seres humanos que, remando contra a corrente da época e com risco da própria vida, contribuiram para ajudar no meio desta encarniçada perseguição e extermínio. Um deles era português e chamava-se Aristides de Sousa Mendes.
A partir daqui ouviu-se apenas a voz do seu neto, António de Sousa Mendes.
António de Sousa Mendes começou por expressar o seu orgulho com as palavras “... O meu Avô salvou milhares de judeus...”.
Este “Salvador” de judeus, do qual o seu neto se orgulha, foi cônsul de Portugal em Bordéus (França) e, durante a Segunda Grande Guerra concedeu vistos a milhares de judeus perseguidos pelo nazismo por essa Europa fora, permitindo-lhes obter refúgio em Portugal. A uma determinada altura, Salazar proibiu a concessão de vistos a judeus estrangeiros, porém Aristides de Sousa Mendes ignorou tal ordem continuando a dar vistos, o que acabou por provocar a sua demissão do cargo e o seu afastamento permanente da vida diplomática.
E continuando com o mesmo grande orgulho, António de Sousa Mendes referiu que o seu Avô confrontou Salazar dizendo numa carta que “... estava a fazer o que era certo...”, e ainda abrigou judeus estrangeiros clandestinamente até conseguirem entrar no país.
A meu ver, a mensagem transmitida por estes dois oradores foi a seguinte: se as pessoas vêem que ao seu redor está a acontecer algo maléfico e que considerem estar errado, mesmo que não os envolva diretamente, devem agir, fazer o que lhe manda a sua consciência, pois nunca se sabe o pode vir depois. Afinal de contas, uma ação vale mais que mil palavras como foi o caso de Aristides de Sousa Mendes.
Para terminar, pessoalmente fiquei muito satisfeito com a palestra, porque foi para mim uma grande honra saber que existiu um Português com um forte coração e personalidade que salvou muitas vidas e acredito que para António de Sousa Mendes é um grande motivo de orgulho ser neto desse grande Homem que foi Aristides de Sousa Mendes.
Nilto Costa 12º EH
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