Revolução dos Cravos é o nome dado ao golpe de Estado Militar que derrubou, num só dia, sem grande resistência das forças leais ao governo - que cederam perante a revolta das forças armadas - o regime político que vigorava em Portugal desde 1926. O levantamento, também conhecido pelos portugueses como 25 de Abril, foi conduzido em 1974 pelos oficiais intermédios da hierarquia militar (o MFA), na sua maior parte capitães que tinham participado na Guerra Colonial.
O cravo vermelho tornou-se o símbolo da Revolução de 1974: com o amanhecer as pessoas começaram a juntar-se nas ruas , solidárias com os soldados revoltosos e alguém começou a distribuir cravos vermelhos pelos soldados, que depressa os colocaram nos canos das espingardas.
Com Salazar tinha-se vivido num regime autoritário em que o poder do chefe era indiscutível, o que aliás se comprova neste pequeno excerto de um discurso do ditador, controlando ao longo das décadas a vida social, política e económica do chamado Estado Novo. Esse controlo só era possível por se apoiar em organizações como a PIDE e a Censura. Afinal o que faziam? Para que serviam?
Neste momento, é altura para reflectir sobre os presos políticos: de que eram acusados, como eram tratados, onde e em que condições eram mantidos. Existiam várias prisões onde as pessoas que lutavam contra o regime eram presas mas, dizem os relatos, que os locais mais terríveis, considerados prisões de alta segurança para os maiores criminosos contra o Estado, eram Caxias, Peniche e Tarrafal (em Cabo Verde).
Após o 25 de Abril de 74 esses presos foram libertados.
E qual o papel das músicas de intervenção? A grande maioria fora proibida antes do 25 de Abril por causa das suas mensagens de contestação ao regime.
Em algumas, temos mesmo que fazer um grande esforço para ler nas entrelinhas as mensagens consideradas subversivas.
Ao contrário do que seria de esperar, os militares que levaram a cabo o 25 de Abril não quiseram o poder para eles. Por isso, e enquanto não houve as primeiras eleições livres, formou-se um governo provisório denominado Junta de Salvação Nacional, contituído por uma série de figuras de topo das Forças Armadas e elementos civis das forças políticas que, até à época, trabalhavam na clandestinidade.
Poucos dias depois do 25 de Abril, conteceu o primeiro 1º de Maio (Dia do Trabalhador) festejado em Portugal, pois esse tipo de manisfestação de massas era proibido pelo Estado Novo. Como se podem imaginar as pessoas saíram à rua felizes por, finalmente, se poderem manifestar em liberdade.
Por tudo isto, e para que este período da nossa história não seja esquecido, é sempre bom relembrar os acontecimentos e alguns protagonistas, a sua importância e as alterações que provocaram na sociedade portuguesa, contribuindo para um melhor entendimento dos valores LIBERDADE, DEMOCRACIA e CIDADANIA.
professora Lucília Oliveira (texto e links)
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