Cineconvida
Nós fomos e certificamos qualidade!
É um filme português, realizado por Bruno de Almeida,
que põe em grande plano um ardiloso episódio da nossa história mais recente: o
assassinato do General Humberto Delgado (1965). Como se de uma galeria viva de
rostos, expressões, gestos e palavras se tratasse, o espetador é atirado para
uma narrativa descontínua e intimado a assistir ao desenrolar dos
acontecimentos sem nada poder fazer que possa alterar o rumo da história, pois
como diz o povo a culpa morreu solteira e a procura da verdade ocupação social
pouco pertinente , digo eu.
professora Manuela Martins
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Também desenvolvemos uma espécie de operação outono caseira,
igualmente bem sucedida mas muito pacífica e gratificante. Marcámos presença no
encerramento do Lisbon and Estoril Film Festival e embora fossemos poucos, cumprimos. Ainda
que não tenhamos sido brindados com a presença de notáveis, nem mesmo alguém
que representasse a organização (ao que parece, ocupada a entregar prémios
noutra secção do certame), fomos nós as estrelas. Gostámos bastante do filme,
vimos as exposições de pintura e a selecção de livros e filmes à disposição no
local, jantámos bem e por baixo custo e, acima de tudo, conseguimos roubar
algum tempo aos nossos afazeres sempre inadiáveis, para estar uns com os outros
para conversar sobre mil coisas que nos aprouveram.
Embora a crítica especializada aponte fragilidades ao filme,
nós, cinéfilos menores, recomendamos. Por um lado como exercício
cinematográfico, mas também como um contributo interessante para a discussão do
funesto episódio da história portuguesa contemporânea que evoca.
E como vem a propósito, para os que foram e para os que
faltaram, uma nova oportunidade, ainda mais perto, com bilhetes a 3 euros:
começa esta 4ª feira, 28 de Novembro, no Centro Cultural Olga Cadaval, o
Córtex- Festival de Curtas Metragens de Sintra que também já vai na sua
terceira edição.Como convidado especial, o muito precoce e talentoso realizador
António Campos (mais conhecido pela obra After School), um jovem brasileiro
radicado nos Estados Unidos da América que começou a filmar aos treze anos, e
de quem se poderão ver pequenas obras no ciclo retrospectivo que lhe é
dedicado. Entre os portugueses, a destacar, o igualmente jovem e talentoso João
Salaviza já premiado em Veneza.
Como se constata, o difícil mesmo é conseguir fintar a agenda
e esticar o tempo.
professora Guadalupe Gomes
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