Título: |
A Cidade e as Serras |
Autor: |
Eça de Queirós |
N.º de págs. |
255 |
Sinopse: |
No fim da vida, numa carta a uma parenta aristocrata
que conhecera Paris nos tempos áureos, terminava Eça: «Deus nos dê paciência
para aturar a civilização.» A par da descrença, que se ia insinuando naquele
fim de século, na ciência e na técnica, a visão da vida e do mundo de Eça, a
caminho dos 60 anos, também já era outra. A Cidade e as Serras é o último romance de Eça de Queiroz, obra que o autor não viu
publicada em vida, nem tão pouco pôde rever com a minúcia e o engenho que lhe
eram característicos. São dezasseis capítulos os que constituem o livro que é
muitas vezes apontado como o marco de viragem no corpus queirosiano
e onde assistimos à gradual transformação de Jacinto de Tormes, personagem
não menos vezes tida, por leitores e estudiosos, como reflexo do próprio
autor. De homem citadino e adepto incondicional da civilização
e do progresso, representados pela cidade de Paris, então capital do mundo,
entregue a um fastio e a um tédio inexplicáveis, Jacinto metamorfoseia-se em
apaixonado pela Natureza e pelo campo (e, concretamente, as serras de
Tormes), cheio de entusiasmo, vitalidade e apetite pela vida. O desenlace
vem, pois, desmentir o citadino do início da intriga, que jurava que «o homem
só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado». Jacinto nunca mais
voltaria a Paris. |
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