Livro da semana: «O mundo em que vivi»
Título:
|
O mundo em que vivi
|
Autor:
|
Ilse Losa
|
N.º de págs.
|
196
|
Sinopse:
|
─ Sente-se!
Gritou o homem sentado a uma secretária e com o retrato de Hitler na parede.
─ Escreveu isto? Não minta! Nós sabemos as
verdades de antemão.
─ Escrevi.
─ Então, judia Frankurter, pensou bem se
Hitler é ou não um criminoso? A que resultado chegou? (…)
Impacientou-se:
─ Não sabe? Não estava no seu juízo
perfeito? Juízo é coisa que os judeus não têm. Ora sabe, judia Frankfurter,
que os judeus são uma raça inferior que tem que ser exterminada? Que são a
nossa desgraça?
(…) Curioso, teria apostado que era
ariana pura, é muito loura.
A autora desta obra comovente, baseada nos acontecimentos que
marcaram a sua infância e juventude, deixa-nos um testemunho que evoca a
barbárie que se abateu sobre a Europa sob o terror da ideologia nazi há quase
cem anos, mas de que as novas gerações não se devem alhear. Ilse Losa viveu
para contar porque decidiu em cinco dias (o prazo que lhe deram para se
apresentar para novo interrogatório), fugir para Portugal onde já tinha
chegado o seu irmão. No ano em que os últimos sobreviventes de
Auschewitz-Birkenau celebraram os 75 anos da libertação deste campo de
extermínio onde pereceram cerca de três milhões de pessoas (27 de Janeiro, Dia Internacional da Memória das Vítimas
do Holocausto), esta leitura pode
ser uma muito interessante forma de homenagem e também de iniciação dos mais
jovens a um tema que apela gritantemente à nossa comum consciência e
humanidade.
|
Comentários
Enviar um comentário