Clube Manga






Otaku

O Japão é uma das maiores e mais prósperas potências económicas do mundo e possui um nível de bem-estar e um padrão de vida muito exigente em questões tão essenciais como a alfabetização/educação e a saúde (natalidade e esperança média de vida), apresentando um dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano mundiais. Muitíssimo conservadora, competitiva e organizada, a sociedade nipónica valoriza o indivíduo em função da qualidade do seu desempenho e da sua proximidade à academia desenvolvendo expetativas de sucesso muito elevadas
É numa  sociedade  com estas  características  que  surge o otaku (おたく): figura  popularizada na década de 80 pelo jornalista Akio Nakamori e que designa aquele que é fanático de algo/alguém, tratando-o com reverência quase religiosa, sem admitir questiona-lo ou critica-lo e, por isso, vivendo num mundo imaginário isolado da sociedade como estratégia de consolo para as suas angústias.
Faz parte do fenómeno social urbano japonês o otaku de manga (história/s aos quadradinhos ao estilo japonês impressas) e de anime (conjunto de mangas para exibição em suporte audiovisual  na televisão ou numa sala de cinema) que, numa sociedade opressiva como esta, é alvo de discriminação e censura porque se opõe ao modelo socialmente valorizado.
Em Portugal este estereótipo possui o mesmo tom depreceativo que os nerds e outras tribos urbanas (ver Dicionário de Tribos Urbanas em língua inglesa, http://www.urbandictionary.com/), sendo habitualmente alvo de riso e de troça.
Os membros do Clube de Ilustração Manga e de Cultura Pop Japonesa, constituído este ano letivo na biblioteca da ES Leal da Câmara, não se reconhecem na figura do otaku, apesar de considerarem que esta forma de ilustração traduz estados de alma intensos e comoventes e que os animes de ritmo lento exprimem uma interioridade que não se compadece com o materialismo da sociedade moderna em que vivemos. Da visão do mundo alternativa que este grupo toma por referência todas as justificações são difíceis e, por isso, lança o apelo de que é preciso senti-lo, experimenta-lo para se poder julga-lo com justiça. 

O desafio está lançado!



Este artigo é da autoria dos alunos do Clube Manga recém criado na biblioteca: Danieal Fernandes, Kathy Seibert, Luís Cerqueira, Luís Basto, Ricardo Santana e professora Liliana Silva.

Correio eletrónico do Clube: eslcclubedemangaeanime@gmail.com

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