Tito de Morais
Atualmente
a internet constitui o ambiente no
qual os jovens socializam e adquirem experiência, enfim, VIVEM.
E
os jovens vivem online da mesma forma
que os peixes vivem na água: sob o seu ponto de vista, não existe qualquer
distinção entre o mundo online e o
mundo offline, um é a continuação
natural do outro, pelo que as consequências ocorridas num têm necessariamente
efeitos no outro. A insegurança que se vive nas ruas veio apenas reforçar a oportunidade
que esta nova tecnologia oferece, a de viver na rede social de amigos no
ambiente virtual.
Assim,
é natural que, enquanto estão online,
os jovens façam amigos, cortem relações – o verbo ‘desamigar’ passou a integrar
o vocabulário usual dos jovens - ou, até mesmo, possam ocasionalmente falar com
estranhos e criar novas amizades, sobretudo se têm idades superiores a 15 anos,
como é o caso da maioria dos alunos da Escola. É também natural para estas
idades e como é o caso dos alunos da Leal da Câmara (consultar resultados do
inquérito aplicado na plataforma moodle),
fazê-lo sobretudo a partir do próprio quarto de dormir.
Os
adultos, respeitando a privacidade e a intimidade dos jovens, exercem, neste
processo, uma vigilância atenta, mas subtil, do tipo sombra, dirigida para o acompanhamento
e influência através do diálogo que obriga a conter os conselhos que gostariam
realmente de dar, todos eles subordinados ao imperativo, ‘Não faças!’. E isto
porque sabem que não há outro modo de adquirir autonomia e responsabilidade, a
não ser por si próprio, na primeira pessoa.
Foi
enquanto adulto e investigador experiente do comportamento dos jovens online que Tito de Morais foi convidado,
por parte da equipa da biblioteca escolar, a realizar uma sessão de formação
para jovens no passado dia 29 de maio. Num auditório repleto de alunos e
professores o fundador do projeto Miúdos Seguros Na. Net contou histórias
verídicas que levaram os alunos a refletir sobre as diferenças entre o mundo
real e o mundo virtual e das quais é preciso ter bem consciência a partir do
momento em que se regista algo. Nestas histórias aspetos como a
pesquisabilidade, a replicabilidade, a escalabilidade, o anonimato e a
possibilidade de colapsar contextos dos conteúdos online estiveram no cerne da reflexão. Rendida às palavras do
conferencista a assistência reforçou a sua consciência do enorme poder –
inspirador e destruídos - da internet.
professora Liliana Silva
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