Quem foi Pessoa?



É vulgar referirmos em conversa os universos múltiplos que habitavam a cabeça de Fernando Pessoa, um plano aparentemente infinito onde a designação mais vulgar pela qual é citado, "poeta", se revela a cada descoberta inegavelmente redutora. Surgem agora argumentos para filmes, e outros escritos sobre cinema; uma antologia de provérbios; textos de um polémico antifeminismo; crónicas e reflexões sobre a portugalidade e a sociedade. Tantas vezes apresentado como um ser desligado do mundo e da realidade, quanto mais lemos o que escreveu, melhor compreendemos que era tudo menos isso; era uma antena magnética capaz de captar o espírito dos tempos - presente, mas também passado, e futuro. Por outro lado, várias são as edições elaboradas a partir de aspetos e interesses vários patentes na vida e na obra de Pessoa (que até no apelido foi irónico, ele, que tantas parece ter sido). A curiosidade gerada por uma obra tão diversificada ( e que parece ainda ter ainda outras surpresas para revelar), alimenta várias gerações de investigadores - os pessoanos - e de leitores, que a cada leva de novos títulos, fixações, reedições e interpretações questionam quem foi... Pessoa.

João Morales, in Editorial da revista Os meus livros, nº 101, agosto de 2011.

A revista está disponível na biblioteca.



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